Você já ouviu falar da
síndrome das pernas inquietas? Apesar do nome estranho, o problema não é raro:
cerca de 5 a 10% da população sofre com uma urgência em movimentar as pernas,
acompanhada de um incômodo difícil de ser explicado, como pontadas ou
formigamentos. Os sintomas ocorrem principalmente à noite e prejudicam muito o
sono. A consequência é cansaço aumentado no dia seguinte.
Se você se identifica
com o diagnóstico, vale a pena conversar com um médico, se possível um
especialista em sono. E não é só por uma questão de qualidade de vida.
Pesquisadores da Universidade Penn State, nos EUA, associaram a síndrome a m
risco quase três vezes maior de suicídio e automutilação.
Mesmo quando os
pesquisadores isolaram fatores de risco como depressão e insônia, a associação
se manteve. Ou seja: quem sofre com a síndrome pode ter uma tendência maior a
se machucar ou pensar em tirar a própria vida mesmo se não tiver outra razão
que justifique.
A pesquisa, publicada
na sexta-feira (23) na Revista da Associação Médica Americana, a Jama, contou
com dados de mais de 24 mil pessoas diagnosticadas com a síndrome, além de 145
mil indivíduos sem o problema.
Os resultados chamam a
atenção porque as taxas de suicídios têm crescido nos EUA e em outros países.
As causas da síndrome ainda não estão claras, mas sabe-se que a deficiência de
ferro e baixos níveis de dopamina no cérebro podem estar por trás dos sintomas.
Excesso de cafeína,
álcool, tabagismo, uso de certos medicamentos e certas doenças, como
insuficiência renal ou hepática, também podem desencadear essas sensações
desagradáveis nas pernas que tanto atrapalham o sono.
O tratamento da síndrome inclui evitar as substâncias que podem agravar os sintomas e praticar atividade física. Quando isso não é suficiente, certos medicamentos que agem na dopamina podem ajudar.
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