FONTE: Bruna Alves, Colaboração para VivaBem, https://www.uol.com.br/
Você já parou para
pensar como os medicamentos agem em uma parte específica do corpo, se
teoricamente tudo vai para o estômago? Essa é uma dúvida que passa na cabeça de
muita gente, e foi tema de um tweet que viralizou:
PENSANDO em como o analgésico descobre o lugar que está doendo.
Todo medicamento tem um
princípio ativo, que é a substância capaz de fazer o efeito esperado, como
aliviar os sintomas ou até curar uma enfermidade. E todas as substâncias passam
pela corrente sanguínea. Dito isto vamos entender o processo após a ingestão:
- Quando ingerimos um analgésico, por
exemplo, ou qualquer outro medicamento, ele vai direto para o estômago,
onde acontece um processo de degradação do comprimido (como se deixássemos
o comprimido na água para dissolver). Mas aqui vale lembrar que mesmo os
remédios líquidos vão para o estômago;
- Em seguida, o medicamento vai para
o intestino como moléculas ainda menores (partes químicas) para ser
absorvido;
- Depois ele vai para o fígado onde
acontece o processo de metabolização. Dentro das células do fígado existem
enzimas que vão ativar ou desativar essas moléculas (o remédio que
tomamos);
- Por fim, essas moléculas vão para a
corrente sanguínea do corpo.
"Como o
medicamento vai para o sangue, ele vai passar por todos os tecidos do nosso
organismo. E terá efeito no tecido que tem o receptor ou a enzima específica
para ele", explica Patrícia Moriel, farmacêutica e professora da Faculdade
de Ciências Farmacêuticas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Isso significa que um
único remédio pode agir em várias partes do corpo ao mesmo tempo. Por exemplo,
se eu tomar um remédio para vômito e sentir sono, teoricamente, não teria nada
a ver. Então, por que isso acontece? Porque ele atua em vários locais no
organismo. É o famoso efeito colateral.
Por isso, os cientistas
buscam continuamente medicamentos que atuem somente no problema específico,
para que outras células não sejam atingidas.
"Tem-se buscado
muitos medicamentos que só atuem nas células do câncer,
porque quando as pessoas tomam quimioterápicos, eles matam não só as células do
câncer, mas também outras células normais, porque a gente não tem essa
especificidade medicamentosa", diz Moriel.
No entanto, vale
ressaltar que, embora não sejam a maioria, muitos medicamentos atuam apenas em
células específicas, não agindo em todos os tecidos do corpo. Nesses casos, há
menos possíveis efeitos colaterais.
"Tem o medicamento
que vai fazer efeito no corpo todo, mas tem alguns que vão fazer efeito só em
algumas células, porque só conseguem entrar nelas. É como se fosse uma chave e
fechadura. Cada célula tem a sua fechadura, e o medicamento atua sendo uma
chave, que só entrará na célula que tiver a fechadura adequada para a chave
dele", exemplifica a especialista.
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