FONTE: , Eduardo Nunes, https://www.msn.com/
Na medicina, há debates intensos sobre os
impactos causados pela obesidade no corpo humano. Você já ouviu falar sobre as
relações entre ela e o desenvolvimento da diabetes tipo
2, aumento de triglicérides, do colesterol, da pressão alta e o surgimento de
doenças cardiovasculares.
A
obesidade grave também é facilmente associada às complicações articulares em
pés, joelhos e quadril, regiões que sustentam nosso peso. Entretanto, os
possíveis danos para a coluna vertebral são
pouco falados atualmente.
O Doutor
Marcelo Valadares, neurocirurgião da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade
de Ciências Médicas da Unicamp e do Hospital Albert Einstein, alerta. “Estudos
das últimas décadas, realizados principalmente em países com altos índices de
obesidade, como é o caso dos Estados Unidos, mostraram que o excesso de peso
pode afetar diretamente o alinhamento da coluna“.
“O
abdômen volumoso, em especial, desloca o eixo do corpo para frente. Pois, a
nossa coluna é desenhada com curvaturas que permitem a
distribuição equilibrada da massa corporal em relação ao esqueleto e à
gravidade. Em uma pessoa obesa, esse equilíbrio se perde. Por isso, os
mecanismos compensatórios vêm do trabalho dos músculos que vão tracionar
a coluna para
tentar mantê-la na posição. Isso causa maior fadiga muscular. E ela leva à
dor”, afirma.
O
médico explica que os discos intervertebrais sofrem com pressão e, por isso, se
desgastam. “Um disco pode se romper e levar à formação de hérnias, famosas
causadoras de ciáticas com quadros dolorosos intensos. E, que podem levar, até
mesmo, à necessidade de uma cirurgia”, complementa.
No
entanto, ele lembra que, se tratadas, as doenças da coluna terão
efeito muito importante na qualidade de vida. “Existe um movimento de aceitação
do corpo que muitas vezes se confunde com aceitação da obesidade como normal”,
conclui.
E
quanto ao sobrepeso?
Além
disso, o sobrepeso também pode ter ligação com a dor lombar. Contudo, segundo o
Dr. Marcelo Valadares, de uma forma menos pronunciada. “Certamente não existem
tantas alterações físicas, em especial do alinhamento corporal, nem as
complicações causadas por outras doenças clínicas. A correlação com a falta de
preparo físico, que é mais comum neste grupo, está ligada à dor lombar do que o
próprio peso”, diz.
Tratamentos.
O
importante é saber se existem outras doenças associadas ou limitações clínicas,
segundo o Dr. Valadares, que demandem cuidados extras no processo de
reabilitação, seja para obesos ou não. “Talvez o paciente tenha dificuldade e o
processo de recuperação leve mais tempo que o normal. Por fim, se o paciente
precisar de cirurgia, existe um risco maior”, pontua.
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