FONTE: Ivan de Carvalho (TRIBUNA DA BAHIA).
Há uma avaliação que é praticamente unânime nos meios políticos. Dela só divergem as mentes de cabresto. Como ainda existe eleitor de cabresto, ainda existem – e creio que sempre existirão, queira Deus que cada vez menos – mentes de cabresto.
A avaliação quase unânime é bem simples e lógica, daí sua quase total aceitação – a candidata do presidente Lula e do PT à presidência da República em 2010 e atualmente ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sofreu um forte desgaste, que ainda se aprofunda (vale esperar as pesquisas), pelo confronto com a denúncia de que pressionou funcionária da Receita Federal para “agilizar” uma fiscalização que envolve Fernando Sarney, filho do presidente do Senado e ex-presidente da República José Sarney.
José Sarney sob fogo cerrado no Senado e na mídia, crivado de denúncias, posto quase como um espantalho do qual quase todos se afastam ou aparentam distância, exceto a maioria da bancada peemedebista no Senado, uma parte da bancada do PT e, por ser invulnerável, o corajoso, bravo, o inimitável super companheiro presidente Lula.
O líder da bancada petista no Senado, Aloizio Mercadante, candidato à reeleição no ano que vem, em São Paulo, parecia uma biruta de aeroporto, mudando de posição a cada momento, dizendo, desdizendo-se, dizendo outra vez em caráter irrevogável e finalmente desdizendo-se irrevogavelmente. Que Deus se apiade de sua candidatura, caso Ele não encontre coisa melhor para por no lugar.
E é no meio desse incêndio todo que aparece, da Receita Federal, Lina Vieira, dizendo em entrevista que foi chamada ao Palácio do Planalto, onde compareceu e foi pressionada pela ministra e candidata à Presidência da República Dilma Roussef para agilizar o processo de fiscalização sobre Fernando Sarney. Dilma desmente, o Palácio do Planalto desmente. Lá ela não entrou. Mas Lina Vieira garante que entrou, que a convocação foi feita pessoalmente pela alta auxiliar de Dilma, Erenice, que já andara às voltas com aquela história do “Dossiê dos Tucanos” cuja feitura teria determinado, o que não restou provado.
No Senado, aonde foi convocada e se apresentou de boa vontade, Lina Vieira alterou o que antes dissera para afirmar que não se sentiu pressionada (não é que não haja sido, é que ela não se sentiu, e como suposto alvo da pressão, se a nega, logicamente afirma-lhe a inexistência). Mas confirmou o “pedido” de Dilma para agilizar o processo de fiscalização e disse ter entendido isso como um “inapropriado” pedido para “agilizar e terminar”, isto é, concluir. E descreveu detalhadamente todo o episódio que a envolveu. Só não lembrava da data exata. Mas Dilma continuou na negativa, transformando Lina Vieira em um fantasma. E nem quer mais falar sobre o assunto (quer encurtar a polêmica), enquanto o Palácio do Planalto pede que Lina apresente provas, como se não fosse o Palácio que as terá, se existirem. Registros de entrada e saída de pessoas e veículos, em planilhas e nas imagens gravadas, que o Gabinete de Segurança Institucional diz que são mantidas “em média por 30 dias”, após o que seriam “substituídas” (nos HDs).
Ora, conservação de imagem por 30 dias é esquema de shopping-centers de bairros pobres de Salvador. A Presidência da República é outro nível. “Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”. Uma vez que os HDs vão ficando cheios, as imagens podem ser transpostas para um HD de alguns terabytes, capaz de armazená-las por um longo período, graças à sua grande capacidade. De resto, programas de recuperação de imagens apagadas ou superpostas por outras são um brinquedo para os especialistas. É urgente alguém ensinar isto ao GSI.
“É registro público, feito por órgão público, para conhecimento do público”, como alertou o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal. Não é para ser destruído. Vale para os HDs, vale para as planilhas. Lembrem-se de Watergate. O presidente Nixon teve que renunciar. Ele gravara conversas, incluindo as comprometedoras, realizadas no gabinete presidencial. Em fitas de áudio. E então mentiu, mas as fitas, mesmo destruídas em parte e entregues por ordem judicial, mostraram que ele mentiu e Nixon renunciou para não lhe ser decretado o impeachment. De qualquer sorte, Dilma não corre esse risco. Ela não é o presidente.
Há uma avaliação que é praticamente unânime nos meios políticos. Dela só divergem as mentes de cabresto. Como ainda existe eleitor de cabresto, ainda existem – e creio que sempre existirão, queira Deus que cada vez menos – mentes de cabresto.
A avaliação quase unânime é bem simples e lógica, daí sua quase total aceitação – a candidata do presidente Lula e do PT à presidência da República em 2010 e atualmente ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sofreu um forte desgaste, que ainda se aprofunda (vale esperar as pesquisas), pelo confronto com a denúncia de que pressionou funcionária da Receita Federal para “agilizar” uma fiscalização que envolve Fernando Sarney, filho do presidente do Senado e ex-presidente da República José Sarney.
José Sarney sob fogo cerrado no Senado e na mídia, crivado de denúncias, posto quase como um espantalho do qual quase todos se afastam ou aparentam distância, exceto a maioria da bancada peemedebista no Senado, uma parte da bancada do PT e, por ser invulnerável, o corajoso, bravo, o inimitável super companheiro presidente Lula.
O líder da bancada petista no Senado, Aloizio Mercadante, candidato à reeleição no ano que vem, em São Paulo, parecia uma biruta de aeroporto, mudando de posição a cada momento, dizendo, desdizendo-se, dizendo outra vez em caráter irrevogável e finalmente desdizendo-se irrevogavelmente. Que Deus se apiade de sua candidatura, caso Ele não encontre coisa melhor para por no lugar.
E é no meio desse incêndio todo que aparece, da Receita Federal, Lina Vieira, dizendo em entrevista que foi chamada ao Palácio do Planalto, onde compareceu e foi pressionada pela ministra e candidata à Presidência da República Dilma Roussef para agilizar o processo de fiscalização sobre Fernando Sarney. Dilma desmente, o Palácio do Planalto desmente. Lá ela não entrou. Mas Lina Vieira garante que entrou, que a convocação foi feita pessoalmente pela alta auxiliar de Dilma, Erenice, que já andara às voltas com aquela história do “Dossiê dos Tucanos” cuja feitura teria determinado, o que não restou provado.
No Senado, aonde foi convocada e se apresentou de boa vontade, Lina Vieira alterou o que antes dissera para afirmar que não se sentiu pressionada (não é que não haja sido, é que ela não se sentiu, e como suposto alvo da pressão, se a nega, logicamente afirma-lhe a inexistência). Mas confirmou o “pedido” de Dilma para agilizar o processo de fiscalização e disse ter entendido isso como um “inapropriado” pedido para “agilizar e terminar”, isto é, concluir. E descreveu detalhadamente todo o episódio que a envolveu. Só não lembrava da data exata. Mas Dilma continuou na negativa, transformando Lina Vieira em um fantasma. E nem quer mais falar sobre o assunto (quer encurtar a polêmica), enquanto o Palácio do Planalto pede que Lina apresente provas, como se não fosse o Palácio que as terá, se existirem. Registros de entrada e saída de pessoas e veículos, em planilhas e nas imagens gravadas, que o Gabinete de Segurança Institucional diz que são mantidas “em média por 30 dias”, após o que seriam “substituídas” (nos HDs).
Ora, conservação de imagem por 30 dias é esquema de shopping-centers de bairros pobres de Salvador. A Presidência da República é outro nível. “Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”. Uma vez que os HDs vão ficando cheios, as imagens podem ser transpostas para um HD de alguns terabytes, capaz de armazená-las por um longo período, graças à sua grande capacidade. De resto, programas de recuperação de imagens apagadas ou superpostas por outras são um brinquedo para os especialistas. É urgente alguém ensinar isto ao GSI.
“É registro público, feito por órgão público, para conhecimento do público”, como alertou o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal. Não é para ser destruído. Vale para os HDs, vale para as planilhas. Lembrem-se de Watergate. O presidente Nixon teve que renunciar. Ele gravara conversas, incluindo as comprometedoras, realizadas no gabinete presidencial. Em fitas de áudio. E então mentiu, mas as fitas, mesmo destruídas em parte e entregues por ordem judicial, mostraram que ele mentiu e Nixon renunciou para não lhe ser decretado o impeachment. De qualquer sorte, Dilma não corre esse risco. Ela não é o presidente.
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