segunda-feira, 24 de agosto de 2009

JW, JH E CAETANO NA GRÉCIA a.C. ...

FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).

O prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, deu três razões para o encontro reservado entre o prefeito João Henrique e o governador Jaques Wagner há oito dias. O pedido da reunião partiu de JH. Hipótese número 1: ambos discutiram a questão da existência do homem no espaço cósmico. 2) Trocaram impressões sobre o destino de Salvador, mas enpassante, 3) mantiveram um papo-cabeça sobre política e o suposto desejo do prefeito de abandonar o PMDB, partir para outro partido e até apoiar a reeleição de Wagner. Na mesma oportunidade teria pronunciado adjetivos desagradáveis contra a sua legenda e o ministro Geddel Vieira, que jamais serão revelados em função do comportamento light do marido de dona Fátima Mendonça. Você, leitor, bateria em qual das três teclas? Isso mesmo, você acertou! João e Wagner debateram sobre a existência humana no espaço cósmico.
Eles se transportaram à Grécia antiga na tentativa de absorverem os ensinamentos e todo arsenal filosófico de Sócrates e do seu mais fiel seguidor, Platão.
Embora completamente alheios aos acontecimentos políticos de 2009 da era cristã, os pensadores gregos, já naquela época quase 500 anos a.C. se desdobraram em, didaticamente, esclarecer as indagações do prefeito e do governador, mesmo achando-os estranhos no modo de vestir e de falar e mesmo incrédulos quanto a possibilidade de ambos “aterrissarem” na antiga Atenas sem quê nem para quê. Luiz Caetano, de Camaçari, também estava lá. É a minha principal (e única) testemunha sobre o veredicto socraniano. Depois de ouvi-los pacientemente, o mestre dos filósofos conclui sem pestanejar: ele não tinha nada a ver com o caso. Foram compreensivos, entretanto e inquiriram Caetano sobre sua opinião acerca do enigma.
Administrador experiente e homem que já atravessou os sete mares políticos, Caetano aproveitou também para por em prática todo o seu aprendizado de filosofia, curso que sempre o fascinou, embora tenha acabado por se formar em Farmácia, depois de deixar o sertão baiano. Caetano afastou qualquer ilação sobre uma hipotética troca de informações sobre a origem humana e o contexto de sua existência no espaço cósmico. Seria, além de inútil, uma conversa de maluco dadas as circunstâncias atuais. Ponderou, no entanto, ser perfeitamente cabível que João e Wagner – não necessariamente nessa ordem – tenham se debruçado sobre os problemas de Salvador, sobre a Via Expressa, Pelourinho cuja recuperação é de interesse de ambos e outros cositas mais, mas sem o calor que normalmente poder-se-á esperar de um súbito – e por ser súbito – inesperado encontro.
Caetano chama os dois em sua direção – Sócrates e Platão – e cochicha-lhes nos ouvidos: os dois aí do lado (referia-se a Wagner e João) só poderiam estar conversando sobre política. Conhecimento de causa, murmurei comigo mesmo. É verdade: qualquer movimento envolvendo um ente público de esfera superior (um governador, por exemplo) necessariamente o quesito tratado tem cunho político. A tese não é minha, mas de Caetano. Ainda mais quando tal encontro não constava da agenda do governador nem do prefeito. Sei não. Acho que acabei viajando legal na maionese. De qualquer maneira, este é um comentário de ficção. Qualquer semelhança com a realidade é pura verdade. Ou melhor, é tido verdadeiro, verdadeiramente. Inclusive sobre Sócrates e Plantão e sobre Caetano, Wagner e João. E eu, por que não? Ah, eles chegaram à Atenas após tomarem emprestado o pó de Pirlimpinpim da Emília, lá do Sítio do Pica Pau Amarelo. Lembram? Monteiro Lobato que o diga.

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