sexta-feira, 4 de setembro de 2009

COMPROMISSO ‘INFINITO’: DÍVIDA DO FIES PODE DURAR CERCA DE 25 ANOS...


FONTE: *** Alan Rodrigues (CORREIO DA BAHIA).

Quem financiou o curso em uma faculdade privada com ajuda do Fies, programa de financiamento estudantil do governo federal, corre o risco de ver o filho se formar sem conseguir quitar o débito.Com juros cada vez mais baixos - os contratos a partir de 2010 terão juros de 3,5% ao ano -, o crédito permite ao estudante cursar o ensino superior pagando apenas metade da mensalidade devida e quitar o restante, corrigido, em até duas vezes o tempo do curso.A falta de vagas em determinadas áreas do mercado de trabalho e a baixa remuneração, principalmente para recém- formados, no entanto, levam grande parte dos beneficiados à inadimplência. Hoje, existem 473.340 contratos de Fies ativos no país. Na Bahia, 50.853 estudantes já foram beneficiados e 30.723 operações estão em vigor no estado. Segundo o Ministério da Educação, a inadimplência no programa é de 10,7%. Nesses casos, a renegociação é a única saída, mas, apesar de conseguir incorporar o valor em atraso às parcelas restantes, a maioria se vê obrigada a dilatar o prazo de pagamento, assumindo compromisso de até 300 meses para conseguir uma mensalidade que caiba no orçamento. Euler Pereira, gerente de recursos próprios da Caixa, banco que opera a linha de crédito, explica que existem duas opções para pedir a renegociação da dívida.Uma delas é solicitar a incorporação, ou seja, transformar a dívida vencida em vincenda, elevando o valor das parcelas restantes.Uma outra alternativa é pedir a extensão do prazo de financiamento, diluindo os valores para manter a parcela próxima do valor original.“ Também é possível optar pelas duas formas de repactuação”, esclarece Pereira. O executivo da Caixa discorda da opinião, que se tornou senso comum, segundo a qual os juros do Fies são escorchantes. “A taxa de juros do Fies é irreal para o mercado de financiamento. É bem menor do que a poupança”,diz, referindo- se à taxa de 6,5% aplicada aos contratos firmados desde outubro de 2006. Como a maior parte dos cursos universitários tem no mínimo três anos, os beneficiados que se matricularam em 2006, em sua maioria, ainda não começaram a pagar o financiamento, uma vez que amortização durante o curso é opcional. Para os contratos anteriores, os juros são de 9% ao ano e,em caso de inadimplência, o saldo devedor sofre nova incidência de juros pró-rata para recomposição das parcelas. Numa simulação feita pela própria Caixa (veja quadro abaixo), um financiamento com atraso superior a três anos e meio pode ter a prestação reduzida em até R$70, mas as 58 prestações a vencer passariam a 300, totalizando R$ 87mil. Um acréscimo de 142,5%. Senador propõe redução de encargos.Na última semana foi aprovado um projeto de lei de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) que prevê novas regras para a renegociação de contratos do Fies em situação de inadimplência. A proposta, que ainda vai ser analisada na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, estabelece para os estudantes as mesmas condições de parcelamento oferecidas aos agricultores pela lei 11.775 de 2008, com dispensa de correção e descontos de até 50% na quitação. “Assim, é possível para o jovem pagar”, argumenta Buarque. As condições de financiamento do Fies vêm se tornando mais acessíveis desde 2006, quando os juros anuais caíram de 9% para 6,5%. Para os próximos contratos a serem assinados a partir de dezembro, a taxa será de 3,5% ao ano. O prazo de pagamento também mudou. Antes, o pagamento se iniciava logo após a formatura. Hoje, há uma carência de seis meses para o primeiro pagamento.


*** Notícia publicada na edição impressa de 04/09/2009.

Um comentário:

  1. meu filho se formou no final de 2008 em ODONTOLOGIA, e fez o registro junto ao CRO do maranhão em 2009, gostaria de saber se tenho descontos nas parcelas futuras, na quitação dodébito existente em NOME DO MEU FILHO ROMÁRIO ALVES DE FREITAS.GONÇALVES DIAS-MA

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