FONTE: Kelly Cerqueira, TRIBUNA DA BAHIA.
Seu intestino mudou? Esta
pergunta que dá nome à campanha lançada pelo Grupo de Estudos das Doenças
Inflamatórias Intestinais do Brasil (Gediib) quer chamar a atenção dos brasileiros
em relação aos cuidados que todos
devem ter com o intestino.
O projeto educativo de
conscientização surgiu após revelação de pesquisa realizada no Brasil e em
países da Europa que revela o comportamento equivocado das pessoas diante de
problemas relacionados ao órgão. De acordo com o estudo realizado em março
deste ano em seis capitais brasileiras, muitas doenças inflamatórias
intestinais têm os sintomas ignorados
ou ocultados pela automedicação, o que acaba dificultando o tratamento.
Este é o caso de sintomas como
dores abdominais. De acordo com o estudo, 46% dos entrevistados que sofrem
deste distúrbio preferem
se automedicar, como também acontece com os 61% que responderam tomar remédio
por conta própria ou ingerir bebidas caseiras quando estão com diarrereia
frequente. Outro problema relacionado ao intestino, a eliminação de sangue nas
fezes, também é ignorado pelos brasileiros segundo a pesquisa. 39% das pessoas
que participaram dos estudos disseram que optam pela espera até que o sintoma
passe.
O que muita gente não sabe é que estes
sintomas podem ser sinais preocupantes de problemas no intestino, entre elas a
doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa. O desconhecimento da gravidade das
doenças inflamatórias intestinais preocupa especialistas da área e deu origem à
campanha lançada pela Gediib, grupo que reúne profissionais de diversos estados
do país.
De acordo com a médica Genoile
Santana, representante do Gediib em Salvador e coordenadora do Ambulatório de
Doenças Inflamatórias Intestinais do Hospital das Clínicas da Universidade
Federal da Bahia, tanto a doença de Crohn quanto Retocolite Ulcerativa são
enfermidades crônicas que ainda não possuem causas claramente definidas.
“Sabemos que alguns fatores contribuem no aparecimento destes distúrbios como
predisposição genética e alguns hábitos”, explicou a especialista.
Segundo ela, sintomas como dores
abdominais, diarreia, perda de peso e fortes febres podem ser sinal de uma doença inflamatória
intestinal. “Se todos estes sintomas acontecem ao mesmo tempo e permanecem de
quatro a seis semanas, a pessoa deve procurar um especialista com urgência”,
continuou a médica.
A colonoscopia é o exame responsável por
detectar estes tipos de doença, que se não tratadas no início, podem ser
responsáveis pelo aparecimento de cistos, destruição da mucosa dos intestinos,
além de complicações mais graves como a perfuração do órgão. “Com o diagnóstico
obtido na fase inicial, o tratamento pode ser feito com medicamentos, que
inclusive são disponibilizados gratuitamente pelo estado”, ressaltou Genoile. O
calendário da campanha de conscientização das doenças inflamatórias do
intestino inclui ações educativas em alguns pontos de Salvador, mas ainda não
têm data definida.
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