FONTE: Valéria Ibalo, TRIBUNA DA BAHIA.
O urologista pediátrico Ubirajara
Barroso Júnior, ganhou um prêmio no Congresso Americano de Urologia, realizado
em San Diego – Califórnia, pelo seu invento, um aparelho, com um sensor de
umidade que além de conectado ao alarme, emite um estímulo que contrai a musculatura da
uretra, interrompendo a perda urinária, no início da micção à noite.
“Não há dor, apenas uma leve
sensação de formigamento. Portanto, os pacientes ou os
pais são aptos a acordarem e a micção é completada no vaso sanitário, sem a
cama estar molhada”, comentou Ubirajara. Isso teoricamente ajuda a comunicação
entre o cérebro e a bexiga durante o sono o que possibilitaria uma taxa de
sucesso mais rápida. “Usamos esse método em 9 casos, de 7 a 20 anos de idade e
houve cura em 8, com 15 dias a 2 meses de uso do método”, explicou o
urologista.
Ubirajara comenta ainda que o
xixi na cama, ato de urinar na cama,
está presente em cerca de 10% das crianças com 7 anos de idade e 5% aos 10
anos. Aos 15 anos, 1% ainda persiste urinando na cama. Esse problema está
associado a baixa auto-estima, sensação de inferioridade e isolamento. Essas
crianças e adolescentes são impedidos de dormir na casa de colegas, importante
atividade de sociabilização e de independência nos dias de hoje, por receio de
fazer xixi na cama. Além disso, a enurese noturna pode vir associada também a
incontinência diurna e, nesses casos, pode decorrer infecção urinária e até
lesão renal. Por tudo isso, a enurese precisa ser tratada.
Sobre os tratamentos disponíveis hoje, as
orientações são comportamentais, a medicação e o alarme de enurese. As
orientações pela baixa taxa de sucesso (15-20%) deve ser usada apenas como
suporte para outras medidas. A medicação mais usada é o DDAVP, que deve ser
tomado antes de dormir, todos os dias, por meses. “Infelizmente, quando o
remédio é interrompido, a enurese persiste em 50% a 70% dos casos. Com relação
a seu invento, ele informa que o alarme de enurese consta de um sensor de
umidade que é conectado a um dispositivo que aciona um alarme quando o sensor é
ativado. Esse é colocado na roupa íntima da pessoa”.
Esse é o tratamento com maior taxa de
sucesso, que gira em torno de 50%. O problema desse método é que pessoas com
enurese têm o sono pesado e geralmente não acordam. Portanto, ela continua
molhando a cama por semanas até serem tratadas.
Esse aparelho está sendo
fornecido como teste gratuitamente, no ambulatório Docente Assistencial da
Escola Bahiana de Medicina (ADAB), na Avenida D. João VI, em Brotas. Interessados podem ir
às quartas-feiras, no período da tarde, a partir das 13h.
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