FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
Muitas pessoas pensam que as
mulheres são as mais propícias a desenvolver um câncer ou que a doença é
contagiosa. Na verdade, todos estão sob risco, desde as crianças aos idosos, homens ou
mulheres, independente da raça. Apenas 10% dos cânceres são hereditários e até
50% dos cânceres podem ser prevenidos. Segundo a oncologista Patrícia Borrione,
“o que ocorre é que alguns tipos de câncer são exclusivos das mulheres, como o
de colo uterino, trompas, vulvas e ovários. Alguns são mais comuns em mulheres,
como o de mama, mas 1% dos homens pode desenvolver a doença”, explica.
Dieta rica em frutas e fibras, prática regular de exercícios
físicos, não fumar e não ingerir bebidas alcóolicas são recomendações da Organização
Mundial de Saúde para a prevenção de câncer, especialmente o câncer de
intestino e câncer de mama.
“A maioria dos tumores, se
detectados em estágios iniciais, são passíveis de cura. Alguns tipos
de câncer, mesmo em estágio avançado, como o câncer de testículo, o de canal
anal e os linfomas, têm grandes chances de cura. E alguns tumores mesmo em
estágios precoces, como câncer de pâncreas e tumores de alto grau do sistema
nervoso central, têm prognóstico desfavorável”, alerta Patrícia Borrione.
O câncer é uma doença decorrente do
surgimento de uma célula atípica em um dado órgão do organismo humano, imune ao
sistema de defesa, que apresenta a capacidade de crescimento e multiplicação
desordenada. O tumor maligno tem a capacidade de promover metástases, ou seja,
disseminar para outros órgãos.
Muitos dos fatores de riscos ou causas para
o desenvolvimento de um câncer são desconhecidos. A Dra. Patrícia Borrione
explica que na grande maioria dos casos, o desenvolvimento de um câncer depende
da exposição a um ou mais fatores de risco, aliado à predisposição genética.
“Algumas associações são fáceis
de entender como é o caso do tabagismo e o câncer de pulmão. Nem todo fumante
terá câncer de pulmão ou vice e versa. A explicação é que a exposição a fatores
de risco de forma isolado não é o único evento
necessário”, comenta a médica.
Os pilares do tratamento do
câncer envolvem a cirurgia, a quimioterapia, a hormonioterapia e a
radioterapia. Nem todo câncer tem indicação de cirurgia, como é o caso de leucemias e
linfomas, ou de quimioterapia ou radioterapia ou hormonioterapia.
“A quimioterapia clássica age em células de
divisão rápida, promovendo dano à estrutura do DNA durante a sua duplicação,
induzindo, por fim, a morte celular. Age tanto em células saudáveis como
cancerígenas. Os efeitos colaterais de quimioterapia como queda do cabelo e da
defesa imunológica deve-se a ação nas células saudáveis”, explica a
oncologista.
Ainda sobre o tratamento do câncer, a médica
Patrícia Borrione comenta que, nos últimos anos, vem surgindo medicamentos mais
direcionados e exclusivos para uma fase específica do ciclo celular com o
intuito de minimizar os impactos do tratamento oncológico.
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