FONTE: Leoleli Camargo/iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
A mania de comer fora de
hora tem outra grande desvantagem: para saciar a vontade, o beliscador fica à
mercê do que há por perto. E, claro, a oferta de junk-food é sempre mais ampla,
barata e aprazível do que a de alimentos saudáveis. Por vezes, bastam algumas
semanas de excesso para o aumento de peso aparecer nos ponteiros da balança ou
no zíper da calça.
Para escapar dessa armadilha,
sugere a nutricionista Isa Maria Gouveia Jorge, o ideal mesmo é procurar a
orientação de um especialista e, com ele, organizar os horários de beliscar,
elaborar opções saudáveis de lanchinhos e buscar as origens desse comportamento
ansioso.
“Quem gosta de beliscar precisa
tentar entender porque está toda hora comendo. É ansiedade? É fome de quê?”
questiona a doutora em nutrição e saúde pública.
Para quem ainda não tomou a
decisão de modificar hábitos alimentares, Isa e o nutricionista Ricardo Zanuto
elaboraram uma série de dicas que podem ajudar os beliscadores a organizar
melhor o que evitar, o que comer – e beber – e quando fazer isso.
Prepare seu próprio lanche.
Para quem gosta de beliscar, realmente
vale a pena investir um tempinho para planejar e fazer lanchinhos e beliscos
para levar ao trabalho e ir consumindo ao longo do dia. É possível fazer isso à
noite, em casa, enquanto separa a roupa que vai usar no dia seguinte. “Existem
várias receitas de baixa
caloria, como pão integral light e creme de ricota” sugere Ricardo. Isa enumera
ainda algumas opções para aplacar a ansiedade: cenoura baby (ou normal, cortada
em palitos), talos de salsão (aipo) ou erva-doce e frutas fáceis de carregar,
que exigem mastigação. “Goiaba, tomate-cereja, maçã e pera são boas
opções”.
Aposte no índice glicêmico.
O índice glicêmico é o potencial que um
alimento tem de elevar a taxa de glicose no sangue. Ricardo explica que quanto
maior o índice glicêmico de um alimento, mais rápida será sua transformação em
glicose e mais rápido cessará a sensação de saciedade provocada pela ingestão
dele. Por isso é bom apostar em frutas com casca, por exemplo, e demais
alimentos que tenham grande concentração de fibra integral, que tem um índice
glicêmico mais baixo e mantêm o corpo saciado por mais tempo.
Coma pouco e mais vezes.
Comer mais vezes ao dia e em pequenas
quantidades diminui a secreção do hormônio grelina, o hormônio da fome. O
ideal, explica Isa, é fazer um lanche saudável entre as grandes refeições. Para quem não fica sem um
gostinho doce, a nutricionista sugere iogurte com aveia em flocos ou um mix de
nozes (2 castanhas-do-pará, 3 castanhas-de-caju, 2 damascos secos e um punhado
de passas de uva).
Controle o estresse.
Ele aumenta o nível de cortisol,
considerado o hormônio do estresse. O cortisol estimula a produção de células
de gordura e inibe a queima das que já estão estocadas, aumentando a quantidade de gordura no corpo, especialmente na barriga. “Para quem
come mais em períodos de ansiedade o ganho de peso é ainda maior”.
Fuja do sódio.
Ao contrário do que muita gente pensa o
sódio não engorda. Ele promove retenção de líquido, dando a sensação de inchaço
que é confundida com aumento de peso. “Quando os níveis de sódio ficam altos no
sangue, ocorre a liberação de alguns hormônios que agem na retenção de líquido.
Esse efeito pode aumentar o volume de sangue que está circulando e
sobrecarregar o coração, elevado a pressão arterial. Neste caso, há riscos para
os rins. Esse é o perigo” alerta Ricardo.
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