domingo, 30 de junho de 2013

ENTENDA O SIGNIFICADO DO 2 DE JULHO...

FONTE: Tiago Nunes e Kelly Cerqueira, TRIBUNA DA BAHIA.

                      
Às vésperas das comemorações da Independência da Bahia, o 2 de Julho, que esse ano passa a fazer parte do calendário histórico do Brasil, está sendo aguardado com muita expectativa na capital baiana diante do quadro histórico de manifestações populares que vive o pais. O dia, que representa a verdadeira data de independência do país, foi marcada pela participação popular na luta não apenas pela liberdade do domínio lusitano, mas por várias causas que aprisionavam o povo brasileiro ao regime político imposto na época, assim como nos dias atuais.
Para Vlamira Albuquerque, historiadora e professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Independência da Bahia pode ser considerada mais importante do que o ato pacífico da proclamação da Independência do Brasil por Dom Pedro I, às margens do Rio Ipiranga, em setembro de 1822. Para ela, a independência baiana consolidou a Independência do Brasil pela forte mobilização popular.
De acordo com a historiadora, apesar da luta pela Independência da Bahia ter sido iniciada antes da brasileira, ela só aconteceu um ano depois. Esta guerra durou cerca de um ano e alguns dias, entre 25 de junho de 1822 e 2 de julho de 1823. Os constantes desentendimentos e a insatisfação com a Coroa Portuguesa vinham se intensificando desde o século XIX.
No entanto, o estopim da guerra aconteceu em fevereiro de 1822, quando o governo português nomeou o tenente-coronel Madeira de Melo para exercer o cargo de comandante das armas na Província. Ele substituiu o coronel brasileiro Manuel Pedro de Freitas Guimarães. Mas a nomeação de Madeira de Melo não foi aceita de forma pacífica pelos brasileiros. O tenente-coronel português ordenou que as tropas lusitanas ocupassem as ruas de Salvador. Os brasileiros também reagiram e os conflitos se iniciaram e se intensificaram.

A historiadora faz um paralelo entre a batalha do 2 de julho e as atuais manifestações que estão acontecendo no Brasil destacando que, em ambas situações, os brasileiros mostraram uma forte inclinação para gerar mudanças sociais. “As lutas aconteceram em contextos históricos e sociais distintos, mas o desejo de mudanças é similar aos dias atuais. No fim do período colonial falamos de uma sociedade muito diferente com condição marcada em ser ou não escravo. O 2 de julho foi uma batalha por varias causas. Para os escravos era momento de lutar pela liberdade, os pequenos proprietários e agricultores pediam por redução dos altos impostos. Acredito que as manifestações atuais representam um novo momento para o Brasil”, detalhou a historiadora.

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