FONTE: Tiago Nunes e Kelly Cerqueira, TRIBUNA DA BAHIA.
Às vésperas das comemorações da
Independência da Bahia, o 2 de Julho, que esse ano passa a fazer parte do
calendário histórico do Brasil, está sendo aguardado com muita expectativa na
capital baiana diante do quadro histórico de manifestações populares que vive o
pais. O dia, que representa a verdadeira data de independência do país, foi
marcada pela participação popular na luta não apenas pela liberdade do domínio
lusitano, mas por várias causas que aprisionavam o povo brasileiro ao regime
político imposto na época,
assim como nos dias atuais.
Para Vlamira Albuquerque,
historiadora e professora da
Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Independência da Bahia pode ser
considerada mais importante do que o ato pacífico da proclamação da
Independência do Brasil por Dom Pedro I, às margens do Rio Ipiranga, em
setembro de 1822. Para ela, a independência baiana consolidou a Independência do
Brasil pela forte mobilização popular.
De acordo com a historiadora, apesar da luta
pela Independência da Bahia ter sido iniciada antes da brasileira, ela só
aconteceu um ano depois. Esta guerra durou cerca de um ano e alguns dias, entre
25 de junho de 1822 e 2 de julho de 1823. Os constantes desentendimentos e a
insatisfação com a Coroa Portuguesa vinham se intensificando desde o século
XIX.
No entanto, o estopim da guerra
aconteceu em fevereiro de 1822, quando o governo português nomeou o
tenente-coronel Madeira de Melo para exercer o cargo de comandante das armas na Província. Ele
substituiu o coronel brasileiro Manuel Pedro de Freitas Guimarães. Mas a
nomeação de Madeira de Melo não foi aceita de forma pacífica pelos brasileiros.
O tenente-coronel português ordenou que as tropas lusitanas ocupassem as ruas
de Salvador. Os brasileiros também reagiram e os conflitos se iniciaram e se
intensificaram.
A historiadora faz um paralelo
entre a batalha do 2 de julho e as atuais manifestações que estão acontecendo
no Brasil destacando que, em ambas situações, os brasileiros mostraram uma
forte inclinação para gerar mudanças sociais. “As lutas aconteceram em
contextos históricos e sociais distintos, mas o desejo de
mudanças é similar aos dias atuais. No fim do período colonial falamos de uma
sociedade muito diferente com condição marcada em ser ou não escravo. O 2 de
julho foi uma batalha por varias causas. Para os escravos era momento de lutar
pela liberdade, os pequenos proprietários e agricultores pediam por redução dos
altos impostos. Acredito que as manifestações atuais representam um novo
momento para o Brasil”, detalhou a historiadora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário