FONTE: Silvana Blesa, TRIBUNA DA BAHIA.
A esclerose múltipla é uma
doença que vem acometendo principalmente, jovens em todo o
mundo e seus sintomas, iniciam-se geralmente antes dos 30 anos de idade.
Estima-se que existam cerca de 30 mil pessoas com Esclerose Múltipla no Brasil
e cerca de 2,5 milhões pelo mundo. Conforme o neurologista Leandro Teles, a
esclerose é uma doença neurológica crônica com incidência bem alta, sendo uma
das principais causas de incapacidade adquirida na população jovem e produtiva, perdendo apenas para traumatismo craniano.
Segundo o médico, essa doença
afeta principalmente as mulheres, podendo atingir eventualmente, crianças. No
entanto, a doença pode acometer homens, acima dos
50 anos. A atriz Claudia Rodrigues, há alguns anos descobriu ser portadora
da doença e vive numa rotina de tratamento para evitar a progressão da doença.
“A doença ainda é pouco conhecida
e muita gente acha que a esclerose é degenerativa, como o Alzheimer ou o
Parkinson, mas, na verdade, é uma doença inflamatória. Na esclerose múltipla
ocorrem surtos de inflamação de tempos em tempos e esse tempo é variável de paciente para
paciente, no cérebro, medula ou nervo óptico, nervo da visão”, falou o
neurologista.
O médico ainda acrescentou que a
inflamação é gerada pelo próprio sistema imunológico da pessoa, que identifica
a estrutura que
encapa uma parte do neurônio, chamada mielina, como algo a ser agredido. “Com
isso surgem focos inflamados em alguma região do sistema que passa a funcionar
com dificuldade. O sintoma do surto pode ser uma fraqueza, perda de
sensibilidade, tontura, visão borrada ou dupla, etc”.
Leandro Teles explicou que tudo
dependerá do local atingido. Trata-se de uma doença crônica, autoimune, como a
tireoidite, o diabetes tipo 1, o vitiligo, a psoríase. Uma vez que a agressão
ocorre e depois cede, pode deixar sequelas. Por isso, o tratamento é com
anti-inflamatório durante um episódio agudo e com remédios que regulam o
sistema imunológico, na fase de calmaria, para evitar uma agressão nova.
Casos de franco declínio intelectual são
vistos muito eventualmente ou depois de muito tempo de seguimento e uma carga
de lesão bem extensa. “Isso é muito importante, pois muitos pacientes podem ter
uma vida ativa e produtiva, tanto no aspecto físico, como intelectual e
social”, reforçou o médico. O tratamento visa reduzir o tempo e o grau de
inflamação durante um surto e, fora do surto, organizar melhor o sistema imune
de forma a evitar uma ação equivocada contra o sistema nervoso.
O tratamento crônico, fora do surto, deve
ser escolhido caso a caso e visa reduzir, geralmente em cerca de 30 a 50% a
taxa anual de surtos. “Caso ocorra um surto, o tratamento com anti-inflamatório
na veia está indicado o quanto antes para facilitar a recuperação. Cada
paciente evolui de um jeito, existem casos mais agressivos e casos de evolução
bem mais benigna, aonde o paciente se mantém funcional por muitos anos e até
décadas”, afirmou.
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