domingo, 1 de setembro de 2013

ESCLEROSE MÚLTIPLA AFETA 30 MIL NO BRASIL...

FONTE: Silvana Blesa, TRIBUNA DA BAHIA.

A esclerose múltipla é uma doença que vem acometendo principalmente, jovens em todo o mundo e seus sintomas, iniciam-se geralmente antes dos 30 anos de idade. Estima-se que existam cerca de 30 mil pessoas com Esclerose Múltipla no Brasil e cerca de 2,5 milhões pelo mundo. Conforme o neurologista Leandro Teles, a esclerose é uma doença neurológica crônica com incidência bem alta, sendo uma das principais causas de incapacidade adquirida na população jovem e produtiva, perdendo apenas para traumatismo craniano.

Segundo o médico, essa doença afeta principalmente as mulheres, podendo atingir eventualmente, crianças. No entanto, a doença pode acometer homens, acima dos 50 anos. A atriz Claudia Rodrigues, há alguns anos descobriu ser portadora da doença e vive numa rotina de tratamento para evitar a progressão da doença.

“A doença ainda é pouco conhecida e muita gente acha que a esclerose é degenerativa, como o Alzheimer ou o Parkinson, mas, na verdade, é uma doença inflamatória. Na esclerose múltipla ocorrem surtos de inflamação de tempos em tempos e esse tempo é variável de paciente para paciente, no cérebro, medula ou nervo óptico, nervo da visão”, falou o neurologista.

O médico ainda acrescentou que a inflamação é gerada pelo próprio sistema imunológico da pessoa, que identifica a estrutura que encapa uma parte do neurônio, chamada mielina, como algo a ser agredido. “Com isso surgem focos inflamados em alguma região do sistema que passa a funcionar com dificuldade. O sintoma do surto pode ser uma fraqueza, perda de sensibilidade, tontura, visão borrada ou dupla, etc”.

Leandro Teles explicou que tudo dependerá do local atingido. Trata-se de uma doença crônica, autoimune, como a tireoidite, o diabetes tipo 1, o vitiligo, a psoríase. Uma vez que a agressão ocorre e depois cede, pode deixar sequelas. Por isso, o tratamento é com anti-inflamatório durante um episódio agudo e com remédios que regulam o sistema imunológico, na fase de calmaria, para evitar uma agressão nova.
Casos de franco declínio intelectual são vistos muito eventualmente ou depois de muito tempo de seguimento e uma carga de lesão bem extensa. “Isso é muito importante, pois muitos pacientes podem ter uma vida ativa e produtiva, tanto no aspecto físico, como intelectual e social”, reforçou o médico. O tratamento visa reduzir o tempo e o grau de inflamação durante um surto e, fora do surto, organizar melhor o sistema imune de forma a evitar uma ação equivocada contra o sistema nervoso.

O tratamento crônico, fora do surto, deve ser escolhido caso a caso e visa reduzir, geralmente em cerca de 30 a 50% a taxa anual de surtos. “Caso ocorra um surto, o tratamento com anti-inflamatório na veia está indicado o quanto antes para facilitar a recuperação. Cada paciente evolui de um jeito, existem casos mais agressivos e casos de evolução bem mais benigna, aonde o paciente se mantém funcional por muitos anos e até décadas”, afirmou.

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