FONTE: Carolina Garcia - iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Avon nesta quarta-feira (03.12), durante o segundo fórum "Fale sem Medo - Não à violência doméstica", realizado na zona sul de São Paulo, revelou que 66% das jovens já sofreram atos de violência ou controle em relacionamentos.
Realizada em parceria
com o Data Popular, o estudo mostrou que jovens entre 16 e 24 anos (96%)
reconhecem a existência do machismo no Brasil. No entanto, atitudes violentas
psicológicas e morais nos relacionamentos visando controlar o parceiro não são
percebidas pelos jovens.
A pesquisa online "Violência contra a mulher: o jovem está
ligado?" ouviu 2.046 pessoas, entre 16 e 24 anos, nas cinco regiões do
País. O questionário online contou com temas como relacionamentos afetivos, relacionamentos
virtuais, sexualidade, Lei Maria da Penha e violência nos relacionamentos.
Em pergunta
espontânea, apenas 4% dos homens afirmam ter tomado alguma atitude violenta com
a namorada/esposa/ficantes. Entre as mulheres o índice é de 8%. No entanto,
quando a questão lista os comportamentos agressivos (físicos ou não) os números
mudam: 66% das mulheres admitem terem passado por algum deles e 55% dos homens
afirmam ter praticado.
"Fica claro
então a necessidade de esclarecermos que a violência contra a mulher vai além de
um soco na cara. O compartilhamento de vídeos e fotos se tornou o novo
mecanismo de poder dos homens sobre as mulheres", explica Renato
Meirelles, presidente do Data Popular.
As cinco violências
mais sofridas pelo grupo feminino são: procurou mensagens e/ou ligações no seu
celular (53%); tentou te controlar, ligando para saber onde, com quem estava e
o que fazia (40%); xingou (35%); impediu de usar determinada roupa (33%) e
proibiu você de sair à noite: bares, cinema, festas, etc (28%).
Um dado preocupante
ficou com o período do "fim do relacionamento", considerado crítico e
o mais oportuno para as ações violentas. Após o término, 51% das mulheres
sofreram algum abuso. Como o recebimento de e-mail, mensagens de celular ou
em Facebook (38%),
ser alvo de boatos do parceiro (22%) e ser seguida pelo ex no trabalho ou em
casa (20%).
A internet se transformou em um espaço para relacionamentos e sexo. Com
o sucesso das redes sociais, o espaço virtual virou também um ambiente de
controle nos relacionamentos, onde olhar e-mail, Facebook ou outra rede social
sem autorização (25%), obrigar o parceiro a excluir algum amigo/a (19%) e
proibir conversas com amigos virtuais (17%) são hoje
situações corriqueiras dentro de um jovem namoro. Pelo menos 51% das
entrevistadas confessaram ter dado a senha do celular ao namorado.
Segundo o iG, o controle do casal na internet, no entanto, ainda não é
visto por muitos como forma de violência. Enquanto 83% consideram agressivo a
ameaça de publicação de fotos ou filmes da parceira nua na internet, 26% julgam
errado procurar mensagens ou ligações no celular do parceiro e 45% não acham
correta invadir e-mail ou as redes sociais.
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