FONTE: TRIBUNA DA
BAHIA.
Dados
da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que mais de 35 milhões de pessoas
estão infectadas globalmente com o vírus da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida) – doença que pode levar entre dez e quinze anos para se manifestar.
Muito
já se falou que os meios mais frequentes de se contrair a doença são o sexo
desprotegido (incluindo o sexo oral sem preservativo), o compartilhamento de
seringas entre usuários de drogas, transfusão de sangue e de mãe para filho
durante a gestação. Mas pouco se fala que também o beijo de língua apresenta
riscos.
De
acordo com Artur Cerri, diretor da Escola de Aperfeiçoamento Profissional
da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), é muito importante
diferenciar o risco oferecido pelo beijo de língua e os ‘selinhos’ ou ‘beijos
sociais’.
“O
contato casual, de boca fechada, não apresenta qualquer risco de transmissão do
HIV. Entretanto, como é possível entrar em contato com sangue durante um beijo
de boca aberta e prolongado, é importante ter cuidado. O beijo de língua, por
si só, pode transmitir inúmeras doenças, que vão de uma gripe, mononucleose,
hepatite B e, inclusive, AIDS – em casos extremos. Apesar de não haver
trabalhos comprovando a transmissão de fato da AIDS pelo beijo, com o aumento
de casos de gengivite, que é uma inflamação que geralmente desencadeia
sangramento, esse risco jamais deve ser descartado”.
Estudo
publicado no jornal americano Microbiome revela que cerca de 80
milhões de bactérias podem ser transferidas em um beijo de dez segundos. Como
em 1° de dezembro se comemora o Dia Mundial de Luta contra a AIDS, durante todo
o mês haverá campanhas e manifestações para alertar a população sobre como
prevenir essa doença que, embora tratável, pode debilitar muito o paciente.
“Uma
das grandes contribuições que podemos oferecer é dizer às pessoas que evitem
beijar desconhecidos com tanta intimidade, bem como doentes (independentemente
da doença) e parceiros com úlceras labiais. Manter uma boa higiene bucal e
procurar um cirurgião-dentista sempre que houver qualquer indicação de que há
algo errado nas partes moles da boca – especialmente candidose oral sem
justificativa – também contribuirá para manter a saúde em dia. Com relação à
AIDS, nada deve ser negligenciado”, diz Cerri.
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