FONTE: disneybabble.uol.com.br
Se
o quadro não for revertido rapidamente, crianças podem ter até diabetes e
hipertensão no futuro. Veja o que fazer e proteja a saúde dos seus filhos.
No passado, as pessoas acreditavam que criança gordinha era criança saudável.
Hoje, os médicos sabem que não é bem assim. Muito pelo contrário. O sobrepeso e
a obesidade na infância podem levar a consequências sérias no futuro.
“A infância e adolescência são períodos críticos para o desenvolvimento
da obesidade. Se houver acúmulo de gordura nessas fases, o número e o tamanho
das células de gordura aumentam e a pessoa terá dificuldade para emagrecer a
vida toda”, alerta a nutricionista Aline de Piano Ganen, especialista na área e
autora do livro “Emagrecer com prazer: pequenas mudanças, resultados
duradouros” (Ed. Rubio).
De acordo com a especialista, o problema também afeta o sistema
imunológico, o desenvolvimento ósseo, pode causar asma e mesmo doenças
cardiovasculares, além de provocar diabetes no futuro.
1 em 3 crianças tem sobrepeso.
Foi isso que a microempresária Priscilla Andreotti descobriu há cerca de
2 anos. A filha dela, Beatriz, descontava toda a ansiedade causada pelo
divórcio dos pais na comida e, aos 6 anos e meio, pesava 33 kg.
“Levei a Bia ao médico porque ela estava sofrendo bullying na escola.
Descobri que minha filha devia pesar 26 kg e já estava num quadro de obesidade.
A alimentação de toda a família tinha que mudar. Até porque, para facilitar a
vida de solteira, eu comprava muita comida congelada e ia a lanchonetes de fast
food aos finais de semana”, conta Priscilla.
Casos como o da Bia não são raros no Brasil. Dados da última Pesquisa de
Orçamentos Familiares (POF), publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) em 2010, mostram que 1 em cada 3 crianças de 5 a 9 anos de
idade estava acima do peso.
Dessas, 16,6% dos meninos e 11,8% das meninas eram obesos. Comparados
com pesquisas anteriores, esses números mostram aumento de 300% do total de
meninos obesos e um valor ainda maior para meninas! “É um problema de saúde
pública”, diz Aline.
Solução inclui dieta saudável e exercícios.
Para reverter a situação, é preciso trabalhar tanto com a dieta como com
atividade física. Segundo a nutricionista, “as crianças estão muito passivas e
sedentárias”.
“Isso sem falar que, hoje em dia, um lanche tem 790 calorias sozinho,
sem refrigerante e batata frita. Isso é quase a necessidade diária de uma
criança, que varia de 1.200 a 2.000 calorias, dependendo da faixa etária. E, se
ingerimos 100 a mais por dia, já teremos aumento de peso significativo”,
afirma.
Depois de visitar um endocrinologista, Priscilla cortou o fast food,
pizzas e comidas calóricas por três meses. ”Nem a Bia nem eu comemos mais
esse tipo de coisa e passei a investir nos grãos integrais, queijo branco,
peito de peru… Também me conscientizei de que não podia deixar minha filha
repetir o prato quantas vezes quisesse, como fazia antes por ter pena do
sofrimento causado pelo divórcio. Com essas mudanças, a Bia perdeu 8 kg em
quatro meses e meio e voltou a um peso saudável”, conta a microempresária.
Pior erro é compensar ausência com comida.
Para Aline, a compensação é um dos maiores erros que os pais podem
cometer com a alimentação dos filhos. “Eles usam a ida à lanchonete como forma
de compensar a ausência durante a semana, mas a associação entre comida e
recompensa não deve ser feita”, explica.
Segundo ela, os pais devem focar na criação de uma rotina alimentar para
os filhos “Uma das causas da obesidade infantil é a ausência da rotina. A
criança precisa de horários! Ela pode até beliscar, desde que seja com frutas,
iogurte natural, legumes...”, observa.
A nutricionista recomenda ainda que os pais tornem a alimentação
saudável uma fonte de prazer.
“Faça seu filho participar desde a ida ao mercado, da compra e do
preparo na cozinha de coisas simples, como saladas de fruta ou sanduíches com
carinhas. Funciona muito associar a dieta aos heróis preferidos das crianças.
Para as meninas, citamos a princesa Elsa, do filme Frozen, por exemplo. Pergunto:
‘Mas o que ela come para ter um cabelo tão bonito? Acho que bastante
cenoura...’”, sugere.
A avaliação nutricional frequente também é muito importante, porque a
determinação do peso saudável nessa fase é mais complicada do que um cálculo de
IMC (Índice de Massa Corporal, um padrão adotado para avaliar o grau de
obesidade).
“Como a altura das crianças varia muito, a medição acontece por meio de
curvas de crescimento, que associam gênero, idade e estatura”, explica Aline.
“Além disso, é comum a criança ter um pouco mais de reserva de gordura entre os
6 e 9 anos, porque o corpo se prepara para produzir hormônios para a
adolescência. Mas é o profissional que deve avaliar”, salienta.
A seguir, veja uma lista de alimentos que devem ser evitados pelas crianças
e os que precisam estar na dieta:
Evitar:
o
Salgadinhos industrializados
ricos em sódio
o
Alimentos industrializados
prontos para consumo
o
Refrigerantes, sucos e
néctares artificiais, que têm sódio, conservantes e açúcar em excesso
o
Lanches de redes de fast food
o
Biscoito recheado, rico em
gorduras trans
o
Bebidas lácteas (são proibidas
até os 2 anos)
o
Amendoim e mel, por conta de
possíveis alergias
o
Chocolate
Consumir:
o
Carnes, vegetais e verduras
verde-escuras, que são ricos em ferro e zinco, bem como vitaminas do complexo B
o
Sucos naturais ou integrais
sem conservantes
o
Leite e derivados, gergelim e
brócolis, para suprir a necessidade de cálcio
o
Frutas cítricas, ricas em
vitamina C, especialmente no primeiro ano de vida quando o sistema imunológico
não está fortalecido
o
Fibras para o funcionamento da
microbiota intestinal - crianças obesas apresentam alteração na flora do
intestino.
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