FONTE: CORREIO DA BAHIA ().
O marido dela
gravou todas as cenas, inclusivo as em que ele a violava com objetos
domésticos.
Com o objetivo de ajudar as vítimas de
abuso sexual e físico, uma britânica de 26 anos quebrou o silêncio e revelou
que foi estuprada 300 vezes pelo próprio marido - e isso tudo enquanto ela
dormia. Sarah Tetley conheceu o futuro companheiro quando tinha apenas 18 anos,
em um barzinho onde ela trabalhava em 2007.
Charlie Tetley era oito anos mais velho, mas muito
charmoso. Eles começaram a namorar quase imediatamente, e em 2009 Sarah
engravidou da filha do casal. E foi aí que o conto de fadas da britânica
começou a virar um pesadelo.
Aos poucos, o encantador rapaz que ela conheceu foi se
tornando um homem muito controlador - ele lhe dizia onde ela deveria estar a
todo momento, e como se comportar com a filha deles. Apesar de se assustar com
o novo comportamento dele, Sarah aceitou o pedido de casamento, e o casal
selou a união em 2011. O casamento não trouxe mais felicidade - Charlie se
afastou ainda mais da mulher.
Ele passou a proibir que Sarah usasse o seu computador, e
passou a se trancar no quarto deles durante as noites. A britânica desconfiou
de que o marido estivesse a traindo. A verdade, no entanto, era ainda mais
chocante: ele violentava a mulher enquanto ela dormia de noite, e gravava
tudo.
Sarah descobriu os abusos ao ao acordar uma manhã e
perceber que estava sendo molestada por Charlie. "Na hora que acordei,
pensei apenas em fingir que continuava dormindo para tentar entender melhor o
que estava acontecendo", relembrou a jovem durante uma entrevista ao
programa This Morning, da emissora britânica ITV.
"Ele parou logo em seguida, e eu deixei o quarto.
Quando fui na sala, ele estava vendo televisão normalmente". Assim
que o marido saiu para o trabalho, Sarah foi até a casa de uma vizinha, que a
convenceu a denunciar o marido. Por conta do crime, a polícia apreendeu o
computador, a filmadora e o Xbox de Charlie. Ao vasculhar os itens, os oficiais
descobriram imagens chocantes.
Além de estuprar a mulher, o britânico também gravou
situações em que abusa sexualmente de Sarah usando diversos objetos
domésticos. Nas imagens, ela aparentava estar completamente inconsciente, e a
polícia suspeitou que Sarah estivesse sendo drogada pelo marido.
"Eram cenas perturbadoras. Em um dos vídeos que
a polícia me pediu para assistir, minha respiração não era ouvida, e eu não
mexia de forma nenhuma. Em alguns deles, parecia que eu estava morta",
contou Sarah ao jornal The Sun. Ao todo, a polícia encontrou 300 vídeos em
que Charlie violentava a mulher.
Ele foi preso no dia seguinte. Os vídeos, que foram
gravados entre janeiro de 2001 e dezembro de 2012, serviram como prova
suficiente para que Charlie fosse condenado a cumprir 12 anos de prisão
pelo pelo estupro da própria mulher.
Desde que ela descobriu o abuso, Sarah relata sofrer de
depressão e ataques de pânico. Ela diz que tenta lidar com o que aconteceu e
seguir em frente. Contar a sua história foi uma forma de se ajudar e ajudar as
pessoas que passaram por situações semelhantes. "Se você está sendo vítima
de abuso - mesmo que seja apenas mental - conte para alguém", ela
pede.


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