FONTE: iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
“Os pais precisam ter momentos de família e
momentos de casal. A criança não precisa participar de absolutamente tudo. Isso
não significa menos amor pelos filhos”. Essa é a opinião da psicóloga e
sexóloga Maria Claudia Lordello.
Ela
explica que a convivência em família é fundamental, mas também defende que isso
não pode causar o distanciamento do casal. E cabe aos pais tomar as rédeas do
relacionamento e evitar que a criança atrapalhe a união.
A
psicóloga e terapeuta sexual Ana Canosa concorda sobre o papel fundamental que
os adultos desempenham no núcleo familiar. “Acredito que quando uma criança se
intromete no relacionamento dos pais, ela o faz de maneira intencional, mas sem
a consciência do que a leva a agir dessa maneira. Ela também não sabe que isso pode
prejudicar a família. Quem tem que cuidar para que esse atrito não aconteça são
os adultos”, afirma.
Para
Ana, é essencial que os limites do relacionamento sejam respeitados desde muito
cedo: “Muitas crianças ficam interrompendo conversas dos pais, por exemplo. Não
deixe isso acontecer. Explique que você vai falar com ela depois de terminar a
conversa atual, mesmo que isso cause situações embaraçosas em público. Mais
vale passar vergonha do que deixar o limite passar”.
“Coitadinha”.
É
bastante comum os pais vitimizarem as crianças para justificar a onipresença do
filho na vida do casal. Mas muitos não entendem que não é apenas o
relacionamento que sai prejudicado com essa atitude.
“Algumas
pessoas justificam a falta de tempo a sós do casal com a noção de que a criança
é uma ‘coitadinha’ e vai ficar sozinha. Isso não é verdade. O filho tem que
aprender hábitos de individualidade. Para os pais, parece que se distanciar é
um ato de desamor. Mas é preciso repensar essa postura porque é fundamental que
cada ser humano tenha seu espaço. Individualidade é essencial e traz inúmeros
benefícios em longo prazo”, explica Maria Claudia.
Ela
reforça que esse tipo de rotina em que a criança está sempre presente pode
causar prejuízos afetivos e sexuais para o casal. A perda da vivência a dois
pode ‘esfriar’ o relacionamento. A sugestão é preservar a sexualidade e
reservar momentos mais estimulantes a dois.
“Sair
para jantar, namorar, criar um clima. Tudo isso faz um bem enorme. E todos se
beneficiam, inclusive os filhos que crescem com pais felizes e que se dão bem”,
defende Maria Claudia. Ela completa: “Coloque limites e entenda que seu filho
não precisa participar de tudo na sua vida e na do seu companheiro. Não precisa
ter dó ou sentir culpa”.
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