FONTE: Chris Buenos, do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).
Bateu aquela fome no
meio da tarde e você, querendo manter a saúde e a forma, come uma barrinha de
cereal ou uma bolachinha integral. Apesar da consciência ficar livre de culpa
-- afinal, você não devorou batatinhas fritas ou sorvete -- esses alimentos não
são tão inocentes assim e também podem prejudicar a saúde.
A lista de alimentos
considerados saudáveis mas que não são tão saudáveis assim é bem grande. Ela
vai da barrinha de cereal à gelatina, passando pelas bebidas esportivas e
bolachas integrais. Por isso esses alimentos devem ser consumidos com critério
e moderação.
Na hora do lanche.
Na hora de fazer um
lanchinho no meio da tarde ou da manhã, muitas pessoas optam pelas barrinhas
de cereal -- super práticas e populares. "No entanto, é preciso
prestar atenção às suas informações nutricionais antes de sair por aí comprando
e comendo", alerta o gastroenterologista Jacques Matone, do Hospital
Samaritano de São Paulo. Segundo Matone, muitas barrinhas apresentam níveis de
gordura saturada extremamente altas e açúcares refinados em sua composição, por
isso é preciso atentar à quantidade de carboidratos, sódio e gordura total
desses alimentos e limitar seu consumo a situações emergenciais.
Levar um potinho com
oleaginosas (amêndoa, avelã, castanha de cajú, castanha do pará, nozes,
macadamia, etc.) sortidas ao trabalho para aquela hora em que bate a fome no
meio do expediente virou mania de muitas pessoas. As oleaginosas são uma opção
muito saudável de lanche, pois são ricas em nutrientes como proteínas, fibras,
vitamina E, selênio, zinco, cobre e magnésio. "Além disso, a maior parte
da gordura presente nas oleaginosas é de 'boa' (ômega 3, 6 e 9), essencial para
o bom funcionamento do organismo, auxiliando na redução do colesterol sanguíneo
e também do colesterol ruim (LDL)", afirma Matone. Ainda assim, elas não
devem ser consumidas sem restrição: devido ao alto teor calórico, o consumo
diário deve ser moderado, limitando-se a poucas unidades: o exagero pode
resultar em rápido aumento de peso e distúrbios relacionados ao excesso de
lipídeos.
Outra opção muito
popular são as bolachas integrais ou sem glúten. Apesar de
serem melhores opções do que as versões convencionais, o fato de serem
integrais ou sem glúten não justifica o consumo em excesso, pois também são
fontes de carboidratos e calorias.
Os sucos de
caixinha ou em pó também são alternativas práticas para a hora do
lanche, e muitos são vendidos em versões mais saudáveis (light ou zero açúcar).
Mas eles também têm seus pontos negativos. "Muitos são fontes de
conservantes e corantes, e contêm excesso de açúcares, não tornando esses produtos
saudáveis", aponta a nutricionista Eneida Ramos, do Hospital Israelita
Albert Einstein. "Além disso, alguns produtos contêm néctar de frutas
(acrescido de água) ao invés de suco natural, não oferecendo no conteúdo o que
o suco natural ofereceria", diz.
Só para pessoas indicadas.
Alguns alimentos
foram desenvolvidos especialmente para um grupo determinado de pessoas, e o seu
consumo deve ser evitado pelo restante da população. Esse é o caso do leite
sem lactose e das bebidas esportivas.
"Leite sem
lactose é ótimo aos intolerantes à lactose. E somente a eles! Como estas
bebidas são tratadas previamente com a enzima lactase (deficiente nos
intolerantes), o açúcar é mais rapidamente absorvido no sangue", alerta o
gastroenterologista Jacques Matone, do Hospital Samaritano de São Paulo. Desta
forma, o índice glicêmico da bebida sem lactose é maior, com maior
disponibilidade de glicose, sendo contraindicado especialmente para pessoas com
diabetes.
Já as bebidas
esportivas foram desenvolvidas para repor líquidos e sais minerais perdidos com
a transpiração durante atividades físicas intensas. Assim, eles previnem a
desidratação e melhoraram a desempenho esportivo. Quem não pratica atividade
física deve evitar consumir essas bebidas. "As bebidas esportivas não devem
ser consumidas sem critério, pois são ricas em sais minerais. Assim pessoas que
apresentam hipertensão ou problemas renais devem consultar um nutricionista
antes de seu consumo", explica a nutricionista Rosana Cardoso, do Hospital
Israelita Albert Einstein.
Nada inocente.
O consumo exagerado
pode fazer até com que um alimento saudável se torne prejudicial. Esse é o caso
do azeite. Rico em gorduras boas, o azeite pode reduzir a
quantidade de LDL (mau colesterol) do organismo e a formação de placas nas
paredes dos vasos sanguíneos. No entanto, deve-se evitar colocar azeite em tudo
o tempo todo, pois ele é altamente calórico.
As saladas elaboradas
também merecem atenção especial. "Muitas saladas são incrementadas com
ingredientes hipercalóricos como: tomate seco, queijo brie, croutons, molho
blue cheese, entre outros. Deve-se atentar aos ingredientes da saladinha, antes
de consumi-la", diz Matone.
A gelatina é
considerada uma opção saudável de sobremesa devido ao seu baixo valor calórico.
Mas nem por isso ela é inocente: "Muitas gelatinas são fontes de
conservantes, corantes e de açúcares, não fazendo desses produtos
saudáveis", ressalta a nutricionista Eneida Ramos. Para quem não resiste a
um chocolate e opta pela versão diet por acreditar que ela é
mais saudável, é importante notar que ele tem o valor calórico semelhante ao da
versão normal. Isso porque esses chocolates tem os açúcares reduzidos, mas são
ricos em gordura.
Receita de sucesso.
O segredo para manter
uma alimentação saudável é a moderação. Além disso, deve-se preferir alimentos
naturais em detrimento dos industrializados e ter uma dieta balanceada. Uma
alimentação sem exageros, livre de conservantes e corantes e pobre em açúcares
e gordura é fundamental para uma vida saudável.
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