FONTE: Fabiana Marchezi, Do UOL, em Campinas (SP), (noticias.uol.com.br).
Um estudo inédito
realizado no Canadá revelou que 27% dos pais de portadores de síndrome de Down
não esperam a cura dos filhos porque aprenderam a aceitar a condição deles e os
amam como eles são. "Para eles, a cura significaria perder o filho da maneira
como ele é. Os pais os aceitam e os amam como eles são. Para eles, o mais
importante é que a população tenha compaixão e veja seus filhos como crianças
normais, que talvez demorem um pouco mais para aprender as coisas, mas que vão
aprender", explicou Catriona Hippman, pesquisadora e conselheira genética
da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá. O estudo será divulgado no
sábado (23), durante o 4º Fórum Internacional Síndrome de Down, no Auditório do
Centro de Convenções da Unicamp, em Campinas (SP).
A pesquisa, que
abordou mais de 100 casais ao longo dos últimos oito anos, sobre a
possibilidade de cura dos filhos, também mostrou que outros 41% dos casais
considerariam a cura um alívio e ficariam muito felizes caso isso acontecesse.
Já os outros 32% não souberam responder, por não considerar a cura o mais
importante.
Com as opiniões sobre
a possível cura bem divididas entre os casais, Catriona decidiu perguntar o que
eles gostariam que as pesquisas sobre a síndrome investigassem. "A maioria
deles pediu para que os pesquisadores descobrissem formas de fazer a sociedade
acolher e entender melhor a síndrome e seus portadores", disse.
O preconceito e a
falta de informação foram apontados como grandes desafios pelos pais. Além
disso, para eles, o mais importante é dar qualidade de vida aos filhos, com o
desenvolvimento de pesquisas que os ajudem a melhorar a parte cognitiva para
facilitar o aprendizado, e outros, que os ajudem nos problemas físicos
decorrentes da síndrome.
"Esses pais
querem que os pesquisadores parem de gastar tempo e dinheiro procurando a cura.
Eles querem descobrir formas de dar qualidade de vida aos filhos", contou
Catriona. A conselheira afirmou também que um dos pedidos dos pais é que os
próprios médicos parem de ver os portadores da síndrome de Down como doentes.
"Os pais percebem um certo receio dos médicos até na hora de contar que o
bebê tem Down. Eles querem que os médicos parem de ver a síndrome como uma
doença, já que essas pessoas podem levar uma vida normal, mas como um pouco mais
de dificuldade", ressaltou.
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