FONTE: Giselle Garcia - Correspondente da Agência Brasil/EBC, TRIBUNA DA BAHIA.
Apesar dos bons resultados, a América Latina
continua entre as regiões com a maior disparidade entre ricos e pobres do
mundo.
Relatório
da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado
quinta (21.05), em Paris, mostra o Brasil como país que apresentou sinais
promissores de redução das desigualdades sociais, juntamente com Peru, México,
Argentina e Chile.
Apesar
dos bons resultados, a América Latina continua entre as regiões com a maior
disparidade entre ricos e pobres do mundo.
O
documento faz uma análise específica da desigualdade em economias emergentes,
comparando os resultados com a média dos países integrantes da organização.
De
acordo com o estudo, o Brasil conta com um coeficiente de Gini – índice usado
para medir a desigualdade de renda de uma nação – de 0,56, menor que os 0,60
apresentados na década de 90.
Quanto
mais próximo de 1, mais desigual é o país e quanto mais próximo de 0, menos
desigual. Mesmo com a melhora, o Brasil é mais desigual em relação aos
estados-membros da OCDE, que têm média de 0,32.
Na
comparação com outros países latino-americanos, o Brasil é mais desigual que
Chile, Argentina, Peru e México. No grupo do Brics (Brasil, Rússia, Índia,
China e África do Sul), o Brasil tem o segundo maior Gini, atrás apenas da
África do Sul (0,67).
A tendência
de redução registrada na América Latina e Caribe, de acordo com o relatório,
contrasta com o aumento da desigualdade na maioria dos países-membros da OCDE,
em especial nas nações que adotaram a austeridade fiscal como resposta à crise
econômica de 2008/2009.
Atualmente,
na região analisada, os 10% mais ricos ganham 9,6 vezes mais que os 10% mais
pobres. A proporção, que era 7 para 1 na década de 80, passou para 9 para 1,
depois do ano 2000.
Para o
secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, os altos índices de desigualdade
atrapalham o crescimento. “As consequências são tanto econômicas quanto
sociais”, disse.
Segundo
o relatório, a disparidade de renda é maior no Chile, México, Turquia, Estados
Unidos e Israel, e menor na Dinamarca, Eslovênia, Eslováquia e Noruega.
Economias
emergentes como o Brasil, de acordo com o estudo, acertaram ao optar por
medidas de reforço da proteção social e de redistribuição de renda para
combater a redução da pobreza e da desigualdade.
A
ampliação do acesso à educação e o aumento no salário mínimo resultou, no
Brasil e em outros países analisados, na redução da desigualdade de renda no
trabalho. A diferença salarial entre postos que exigem maior e menor
qualificação diminuiu.
Além
disso, a ampliação dos programas de transferência de renda, como o Bolsa
Família, por exemplo, contribuíram para promover maior redistribuição de renda
e, consequentemente, mais desenvolvimento.
Para
reduzir a distância entre ricos e pobres e ampliar o crescimento, o relatório
recomenda a promoção de mais igualdade entre homens e mulheres, ampliação do
acesso a melhores empregos, mais investimentos em educação e formação e
redistribuição de recursos, por meio de transferências de renda.
Sugere,
ainda, que as economias emergentes avancem nas medidas de formalização da mão
de obra e simplificação do sistema tributário. Citou a implantação do
Simples Nacional, pelo Brasil, como exemplo de sucesso.
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