FONTE: Elioenai Paes -iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Especialistas enumeram principais
sinais de que a criança está doente, como febre alta, falta de apetite e dores
abdominais.
Identificar
se o filho está com dengue e intervir no momento certo pode ajudar a criança a
se recuperar mais rapidamente e, no caso de a doença evoluir para um quadro
mais grave, conseguir tratá-la logo no início para evitar complicações maiores.
Mas, muitas vezes, os sintomas, piores entre os pequenos, acabam passando
despercebidos pelos pais, alertam especialistas consultados iG.
Coordenadora
do Centro de Medicina Fetal e UTI Neonatal do Hospital Samaritano, Teresa Maria
Uras Belém destaca ao iG quão diversas podem ser as formas como a doença se
manifesta, desde a condição assintomática até a uma manifestação tão grave que
pode levar à morte.
“30%
das pessoas com dengue não apresentarão sintomas importantes. É basicamente
tratar a febre com paracetamol – o AAS é proibido –, repousar e se hidratar
bastante”, lembra Teresa Maria. “Nos bebês, no entanto, a dengue pode ser mais
grave."
A
pediatra Natasha Slhessarenko, do Delboni Medicina Diagnóstica, detalha que,
quanto menor for a criança, menos específicos serão os sintomas. Desta forma,
apatia, sonolência e falta de apetite podem ser sinais da dengue, assim como
febre alta, de início abrupto.
“A
criança pode ter dor no corpo e dor forte nas articulações, além do cansaço e
fraqueza. Dor no fundo dos olhos também é comum”, lista a pediatra.
Dor abdominal é sinal de gravidade
Se a criança apresentar dor abdominal, no entanto, os responsáveis devem correr rápido para o pronto-socorro, já que isso é um indicativo de que a dengue está evoluindo para um quadro grave.
Natasha
alerta que também acontece de a criança passar a sangrar pelo nariz ou ao
escovar os dentes. “Normalmente, os sintomas mais críticos aparecem quando a
febre cessa. Se, depois de dois ou três dias, a febre passa mas a criança não
melhora, é sinal de alerta”, explica ela. "Dor abdominal, vômitos
persistentes, queda de pressão, fígado doloroso e sangramento por meio de
vômitos ou fezes são sinais de dengue grave."
Entretanto,
se crianças conseguem sinalizar que estão com dores abdominais, o mesmo não
pode ser dito em relação aos bebês. Por isso, os pais devem ficar atentos aos
choros persistentes e levar em consideração a avaliação do pediatra, que fará
exames para detectar se o problema é grave. Se for comprovado, muitas vezes é
preciso internação para aplicação de soro, já que a essa altura o doente começa
a perder líquidos.
“A
célula dos vasos se abre e permite a passagem de líquidos de dentro do sangue
para fora dele. A criança vai ficando inchada”, alerta a médica. “Às vezes, é
necessário dar um remédio para aumentar a pressão arterial [sempre no
hospital], para o coração bombear melhor. Algumas crianças acabam indo para a
UTI."
Febre é sinal de que o corpo está combatendo uma infecção
Apesar da má fama, a febre é um sinal de que o organismo está reagindo a um agente infeccioso. Pelo fato de a criança ou bebê ainda não ter completado o calendário de vacinação e também por ter o sistema imunológico imaturo, é comum a ocorrência de episódios de febre e infecções.
“A
defesa do bebê é a própria pele, a saliva, o suco gástrico. Ele ainda não tem
proteção contra muitas bactérias, apesar de ter recebido anticorpos por meio da
placenta e também pelo leite materno. Isso ajuda a protegê-lo até que comecem
as vacinas”, explica Natascha.
Segundo
a pediatra, se o bebê/criança tiver febre por um dia mas continuar comendo
normalmente, só se sentindo um pouco indisposto, os pais não precisam entrar em
pânico. Isso deve mudar, no entanto, caso os sintomas permaneçam no segundo
dia.
“Especialmente
entre aquelas menores de dois anos e, mais especificamente, menores de seis
meses. O choro inconsolável e a irritabilidade podem indicar a evolução para a
dengue grave”, resume.
Nenhum comentário:
Postar um comentário