FONTE: Nelson Rocha, TRIBUNA DA BAHIA.
As pessoas, acima de 45 anos, façam o teste
anti-HCV, independente de sintomas, recomenda como melhor forma de prevenção.
O
hepatologista Raymundo Paraná, especialista em doenças do fígado, considera a
incidência das hepatites virais, ou sejam, transmitidas por vírus, “um problema
de saúde pública gravíssimo, que hoje atinge dois milhões de brasileiros.
São
doenças silenciosas e por isso recomendamos que as pessoas, acima de 45 anos,
façam o teste anti-HCV, independente de sintomas”, recomenda como melhor forma
de prevenção. Para contribuir no desafio de diagnosticar o maior número de
baianos possíveis que possam, eventualmente, ser portadores das hepatites B ou
C, vem aí a campanha “Julho Amarelo- Mês de luta contra as hepatites virais”,
promovida pelo grupo soteropolitano Vontade de Viver, com o apoio das
secretarias de Saúde do município e estado, de diversos outros órgãos e
empresas.
O
objetivo da iniciativa é também alertar a sociedade para os diversos problemas
causados pelas hepatites virais, que podem provocar cirrose, câncer e levar à
morte. Como não existe vacina para a hepatite C, é preciso prevenir. “ A
hepatite C tem cura, desde que ela seja detectada a tempo. A hepatite B é a
segunda causa de câncer no mundo, mas existe vacina para a imunização contra
essa doença”, garante o médico. As estimativas apontam para 120 mil pessoas
infectadas com a hepatite C no território baiano. Em Salvador são 50 mil com
hepatite C e 15 mil portadores de hepatite B.
Vítima
curada da doença graças a um transplante, o engenheiro Rômulo Corrêa é o
presidente do Grupo Vontade de Viver, organização da sociedade civil, sem fins
lucrativos, com sede no terceiro andar do Centro de Saúde Carlos Gomes que
recebe, em média, 30 pessoas diariamente buscando informações sobre como se
prevenir ou diagnosticar o mal. “ Em época de campanha vai para 300 pessoas ou
mais. As hepatites virais são doenças perigosas, mas desconhecidas por serem
silenciosas. O grande perigo delas é não dar sintomas. Eu, por exemplo, não
sentia nada até que um dia, de repente vomitei sangue. Aqui a gente orienta as
pessoas a fazer o teste, e se descobrir que ela tem a doença a gente encaminha
para o tratamento”, relatou.
A ONG.
Organização Não Governamental – fundada em 2002 liderada por Rômulo Corrêa,
sobrevive graças a doação de um caminhão de mercadorias feitas em 2008 pela
Receita Federal, que foram vendidas e o dinheiro aplicado no Banco do Brasil. O
rendimento contabilizado é investido na manutenção do projeto, que não paga
aluguel, água, luz, segurança e outros encargos. “ A gente foca nosso trabalho
na prevenção, porque é melhor prevenir do que remediar”, pontua.
Portanto,
a Campanha Julho Amarelo tem um caráter preventivo e compreenderá várias ações,
a saber: iluminação de prédios públicos e privados com a cor amarela;
distribuição de laços amarelos (símbolo da campanha), veiculação de mensagens
nas “home-pages” e “face-book” dos parceiros da campanha, intensificação dos
testes rápidos para as hepatites B e C e da vacinação contra a hepatite B,
exibição de vídeos na mídia digital e de grande divulgação na mídia local. Os
interessados em saber mais sobre a campanha podem ligar para (71) 3321-7664 ou
enviar e-mail para contato @vontadedeviver.org.br
28 de julho é o Dia Mundial.
A
partir de iniciativa e propostas brasileiras, a Organização Mundial de Saúde
(OMS), durante Assembleia Mundial da Saúde realizada em maio de 2010, instituiu
a data de 28 de julho como o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais.
Desde então, o Ministério da Saúde, por meio do seu Departamento de DST, Aids e
Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância em Saúde, vem cumprindo uma série
de metas e ações integradas de prevenção e controle nos níveis de gestão do
Sistema Único de Saúde (SUS) para o enfrentamento das hepatites virais no
Brasil.
Vacinação é recomendada para jovens.
A
vacina contra a hepatite B deve ser recomendada para jovens até 29 anos, para
as populações vulneráveis* (em especial, profissionais do sexo, homens que
fazem sexo com homens e usuários de drogas) e para profissionais de saúde. É um
direito e é a melhor forma de evitar a hepatite B. Essa vacina faz parte do
calendário de vacinação da criança e do adolescente e está disponível através
do Sistema Único de Saúde (SUS).
Todo
recém-nascido deve receber a primeira dose logo após o nascimento,
preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida. Se a gestante tiver hepatite
B, o recém-nascido deverá receber, além da vacina, a imunoglobulina contra a
hepatite B, nas primeiras 12 horas de vida, para evitar a transmissão de mãe
para filho. Caso não tenha sido possível iniciar o esquema vacinal na unidade
neonatal, recomenda-se a vacinação na primeira visita à unidade pública de
saúde. A oferta dessa vacina estende-se, também, a outros grupos em
situações de maior vulnerabilidade, independentemente da faixa etária.
Nenhum comentário:
Postar um comentário