segunda-feira, 20 de junho de 2016

HEPATITES VIRAIS ATINGEM DOIS MILHÕES DE BRASILEIROS...

FONTE: Nelson Rocha, TRIBUNA DA BAHIA.


As pessoas, acima de 45 anos, façam o teste anti-HCV, independente de sintomas, recomenda como melhor forma de prevenção.

O hepatologista Raymundo Paraná, especialista em doenças do fígado, considera a incidência das hepatites virais, ou sejam, transmitidas por vírus, “um problema de saúde pública gravíssimo, que hoje atinge dois milhões de brasileiros. 
São doenças silenciosas e por isso recomendamos que as pessoas, acima de 45 anos, façam o teste anti-HCV, independente de sintomas”, recomenda como melhor forma de prevenção. Para contribuir no desafio de diagnosticar o maior número de baianos possíveis que possam, eventualmente, ser portadores das hepatites B ou C, vem aí a campanha “Julho Amarelo- Mês de luta contra as hepatites virais”, promovida pelo grupo soteropolitano Vontade de Viver, com o apoio das secretarias de Saúde do município e estado, de diversos outros órgãos e empresas.
O objetivo da iniciativa é também alertar a sociedade para os diversos problemas causados pelas hepatites virais, que podem provocar cirrose, câncer e levar à morte. Como não existe vacina para a hepatite C, é preciso prevenir. “ A hepatite C tem cura, desde que ela seja detectada a tempo. A hepatite B é a segunda causa de câncer no mundo, mas existe vacina para a imunização contra essa doença”, garante o médico. As estimativas apontam para 120 mil pessoas infectadas com a hepatite C no território baiano. Em Salvador são 50 mil com hepatite C e 15 mil portadores de hepatite B.
Vítima curada da doença graças a um transplante, o engenheiro Rômulo Corrêa é o presidente do Grupo Vontade de Viver, organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, com sede no terceiro andar do Centro de Saúde Carlos Gomes que recebe, em média, 30 pessoas diariamente buscando informações sobre como se prevenir ou diagnosticar o mal. “ Em época de campanha vai para 300 pessoas ou mais. As hepatites virais são doenças perigosas, mas desconhecidas por serem silenciosas. O grande perigo delas é não dar sintomas. Eu, por exemplo, não sentia nada até que um dia, de repente vomitei sangue. Aqui a gente orienta as pessoas a fazer o teste, e se descobrir que ela tem a doença a gente encaminha para o tratamento”, relatou.
A ONG.
Organização Não Governamental – fundada em 2002 liderada por Rômulo Corrêa, sobrevive graças a doação de um caminhão de mercadorias feitas em 2008 pela Receita Federal, que foram vendidas e o dinheiro aplicado no Banco do Brasil. O rendimento contabilizado é investido na manutenção do projeto, que não paga aluguel, água, luz, segurança e outros encargos. “ A gente foca nosso trabalho na prevenção, porque é melhor prevenir do que remediar”, pontua.
Portanto, a Campanha Julho Amarelo tem um caráter preventivo e compreenderá várias ações, a saber: iluminação de prédios públicos e privados com a cor amarela; distribuição de laços amarelos (símbolo da campanha), veiculação de mensagens nas “home-pages” e “face-book” dos parceiros da campanha, intensificação dos testes rápidos para as hepatites B e C e da vacinação contra a hepatite B, exibição de vídeos na mídia digital e de grande divulgação na mídia local. Os interessados em saber mais sobre a campanha podem ligar para (71) 3321-7664 ou enviar e-mail para contato @vontadedeviver.org.br   
28 de julho é o Dia Mundial. 
A partir de iniciativa e propostas brasileiras, a Organização Mundial de Saúde (OMS), durante Assembleia Mundial da Saúde realizada em maio de 2010, instituiu a data de 28 de julho como o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. Desde então, o Ministério da Saúde, por meio do seu Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância em Saúde, vem cumprindo uma série de metas e ações integradas de prevenção e controle nos níveis de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) para o enfrentamento das hepatites virais no Brasil.
Vacinação é recomendada para jovens.
A vacina contra a hepatite B deve ser recomendada para jovens até 29 anos, para as populações vulneráveis* (em especial, profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens e usuários de drogas) e para profissionais de saúde. É um direito e é a melhor forma de evitar a hepatite B. Essa vacina faz parte do calendário de vacinação da criança e do adolescente e está disponível através do Sistema Único de Saúde (SUS).

 Todo recém-nascido deve receber a primeira dose logo após o nascimento, preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida. Se a gestante tiver hepatite B, o recém-nascido deverá receber, além da vacina, a imunoglobulina contra a hepatite B, nas primeiras 12 horas de vida, para evitar a transmissão de mãe para filho. Caso não tenha sido possível iniciar o esquema vacinal na unidade neonatal, recomenda-se a vacinação na primeira visita à unidade pública de saúde.  A oferta dessa vacina estende-se, também, a outros grupos em situações de maior vulnerabilidade, independentemente da faixa etária.

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