FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
A conclusão consta do Relatório sobre a Situação
Mundial da Infância 2016.
O Fundo
das Nações Unidas para a Infância, Unicef, alertou que se nada for feito 69
milhões de crianças podem morrer de doenças e outras causas evitáveis antes de
completarem cinco anos até 2030.
A
conclusão consta do Relatório sobre a Situação Mundial da Infância 2016,
divulgado na terça-feira (28) pela agência da ONU.
Tendências.
Segundo
o documento, se as tendências dos últimos 15 anos continuarem pelos próximos 15
anos, calcula-se que 167 milhões de crianças vão estar vivendo na pobreza
extrema. Mais de 60 milhões vão estar fora das escolas primárias.
Outro
dado alarmante mostra que aproximadamente 750 milhões de mulheres vão ter se
casado à força, antes de completar 18 anos, isso representa quase quatro vezes
a população atual do Brasil.
O
relatório afirma que, antes mesmo de nascerem, as crianças pobres e excluídas
vão ter suas oportunidades moldadas por desigualdades. Os especialistas
disseram que desvantagens e discriminação vão ajudar a determinar se elas vão
viver ou morrer e se terão chances de estudar e mais tarde alcançar uma vida
digna.
O
Unicef afirma ainda que os conflitos, as crises e os desastres naturais
aprofundam os problemas e diminuem o potencial do grupo.
Equidade.
Falando
de Luanda, a vice-representante do Unicef em Angola, Maria Amélia Fátima Russo,
explicou que o documento deste ano destaca o cenário de menores, incluindo os
que vivem com deficiência ou nasceram de pais com HIV.
“Globalmente
temos grandes desafios na área da sobrevivência mas também na área do
desenvolvimento, na área da educação e de proteção das crianças. Este 2016, o
nosso enfoque é sobre a equidade. Mostra o exemplo do fosso que existe entre
crianças que pertencem a meios sociais mais privilegiados e crianças que
pertencem a menos privilegiados. Crianças que pertencem, normalmente, a
qualquer que seja o meio social e que há tendência a discriminar. ”
O
relatório diz também que as crianças da África Subsaariana vão ter 10 vezes
mais probabilidade de morrer do que as que vivem em países ricos. Além disso,
90% das crianças na extrema pobreza estarão na África, mais especificamente na
região ao sul do Saara.
Progressos.
Apesar
dos dados desfavoráveis, o Unicef afirma que o mundo registrou progressos muito
grandes na redução das mortes na infância, na inserção de crianças nas escolas
e na retirada de milhões de menores da pobreza.
Para o
diretor-executivo da agência, Anthony Lake, "o momento para agir é
esse". Segundo ele, para se alcançar as crianças que ficaram para trás é
necessário compromisso político e força de vontade coletiva.
O
relatório do Unicef mostra ainda vários dados importantes. Segundo os
especialistas, as crianças representam 34% do total das populações dos países
de baixa e média rendas, mas significam 46% das pessoas que vivem com menos de
US$ 1,90 por dia.
Trabalho Infantil.
Mais de
300 milhões de crianças vivem em áreas de alta ocorrência de enchentes. O
documento diz ainda que "124 milhões de menores têm negada a oportunidade
de entrar na escola e concluir os estudos". Aliás, desde 2011, aumentou o
número de crianças que não frequentam uma sala de aula.
O
relatório diz que 150 milhões de crianças menores de 14 anos estão envolvidas
em algum tipo de trabalho infantil.
O
Unicef afirma que comparadas com as crianças mais ricas, as crianças mais
pobres têm quase duas vezes mais chances de morrerem antes de completarem cinco
anos e mais do dobro de probabilidade de terem um atraso no crescimento.
Em
2015, o primeiro dia de vida de aproximadamente 1 milhão de crianças também foi
seu último.
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