Cientistas britânicos anunciaram na
terça-feira um tratamento potencialmente revolucionário no tratamento de
tumores cerebrais, que tem como base uma forma líquida de aspirina.
Geoff Pilkington e Richard Hill, da
Universidade de Portsmouth, no sul do Reino Unido, apresentaram as conclusões
de sua pesquisa em uma convenção médica para especialistas em tumores
cerebrais, em Varsóvia (Polônia).
Eles argumentam que
o composto "IP1876B", cuja fórmula tem ainda dois ingredientes não
revelados, mostrou em testes ser 10 vezes mais eficiente no combate aos tumores
do que qualquer combinação de drogas já conhecida.
Todos os componentes, segundo os
cientistas, já são aprovados para uso clínico.
Os testes foram feitos usando células
cancerosas de adultos e crianças. Neles, o "IP1876B" matou as células
comprometidas sem ter efeito sobre células normais. E um dos grandes trunfos da
nova fórmula - que combina os dois ingredientes com aspirina líquida -
desenvolvida em parceria com a companhia Innovate Pharmaceuticals, é que ela
aumentou de forma significativa a habilidade das drogas de cruzar a barreira
hematoencefálica, uma membrana que protege o cérebro, mas que também bloqueia o
caminho de muitas drogas anticâncer mais convencionais.
Outro obstáculo importante que
Pilkington e Hill parecem ter superado é o desenvolvimento de uma forma
verdadeiramente líquida de aspirina.
As alternativas atualmente no mercado
não são totalmente solúveis e ainda contêm resíduos que podem causar efeitos
colaterais gástricos.
Pilkington e Hill dizem que os
resultados dos testes sugerem que o "IP1876B" poder ser altamente
eficaz contra o glioblastoma, uma das formas mais agressivas de tumor cerebral
e que normalmente mata pacientes em um ano. Mas o composto ainda precisa de
mais testes para determinar se pode ser usado com segurança em humanos.
"Temos uma potencial alteração
crucial na pesquisa sobre tumores cerebrais e isso mostra que ciência bem
financiada pode conseguir. É a mesma ciência que vai permitir um dia que
encontremos a cura para essa doença devastadora", diz Sue Farrington
Smith, diretora da Brain Tumour Research, ONG que arrecada fundos para
pesquisas em tumores cerebrais.
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