FONTE: Da Redação (estilo.uol.com.br).
Não é fácil mudar padrões de comportamento. Na
teoria, o poliamor pode atrair muitas pessoas, mas na prática a coisa muda de
figura. O publicitário Ernesto*, 30 anos, é casado há cinco anos e descobriu
essa forma de amar na net. “Sempre discutia a monogamia e a poligamia com os
amigos. A primeira é estranha, a segunda remete ao machismo. O poliamor foi ao
encontro do que pensávamos”, conta ele.
Quando falou sobre assunto com a mulher, 31 anos,
há cerca de quatro anos, ela ficou surpresa. “Minha mulher entendeu a ideia,
mas o grande problema, segundo ela, era que eu não ia aguentar vê-la com
outro”, diz. Apesar de não se autodenominar ciumento, essa ideia mexeu com o
publicitário. “Quando ela topou praticar o poliamor, os primeiros sentimentos
foram de insegurança. E, quando ela confessou que ficou com outro, eu não quis
saber dos detalhes. O que senti foi algo parecido com ciúme ou a sensação de
ser trocado”, relata. Mesmo assim, Ernesto garante que vão continuar tentando.
“O ser humano é conflituoso: não é fiel, mas quer
que o parceiro seja; quer comer de tudo, mas se manter magro”, diz o psicólogo
Ailton Amélio da Silva. Já para sexóloga Regina Navarro Lins, as mudanças são
lentas, mas acontecem. Ela cita exemplos clássicos desse tipo de processo na
sociedade: “Se na década de 1960, alguém afirmasse que o divórcio seria a coisa
mais comum do mundo nos anos 2000, ninguém acreditaria. E se dissessem para a
avó da sua mãe que casar virgem seria normal um dia? Com certeza, ela
responderia: impossível”. (ROSANA FERREIRA)
* O nome foi trocado a pedido do
entrevistado.
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