FONTE: Ianna Rocha, TRIBUNA DA BAHIA.
Publicada pelo Feminino e Além, site parceiro do
Tribuna da Bahia.
Estar
“bem” nas redes sociais é tido hoje em dia como fator primordial e extremamente
necessário. Quem é que (utilizando os aplicativos oferecidos, como o Facebook,
Instagram, Twitter, entre outros) não se sente “bem” quando sua foto atinge um
número alto de curtidas, comentários; ou quando sua postagem é compartilhada e
vira assunto nos mais variados grupos de conversas?
Pois é.
Atualmente não importa muito se você gostou daquela foto que postou ou daquele
post que fez e sim a quantidade de pessoas que demonstram ter gostado. E é
exatamente aí que se esconde o problema: até que ponto as redes sociais
interferem no modo como nós mesmos nos vemos?
Um
estudo realizado pela Universidade de Haifa, em Israel, cujo público alvo foi
meninas de 12 a 19 anos, revelou “uma relação direta entre o tempo que os
adolescentes gastam nas redes sociais e o risco de distúrbios de comportamento
como anorexia e bulimia”.
Esta
pesquisa aponta a “influência negativa das redes sociais na percepção do corpo
e no aumento dos níveis de insatisfação com a própria imagem, além de gerar a
necessidade de iniciar dietas para perda de peso”.
Os
transtornos alimentares citados pelo estudo são gerados através de um reforço
sobre as incertezas sobre o corpo e pelos níveis de ansiedade elevados diante
do que se vê nas redes sociais a respeito do tema.
O
trabalho mostrou ainda que “as mulheres que dão muita importância à
quantidade de ‘curtidas’ em suas publicações e que comparam repetidamente estes
números com amigas, têm mais chances de manifestar sintomas, pois o impacto de
uma percepção negativa sobre si mesma e a necessidade da autossugestão são
elementos chave no desenvolvimento destes transtornos”.
E
porque passamos a dar tanta importância para o que acham de nós e nos esquecemos
pouco a pouco do que nós mesmos pensamos e achamos sobre o nosso corpo e mente?
Porque
vivemos em um mundo onde a cultura da imagem foi criada e estabelecida pelos
padrões das passarelas, onde as “lindas” mulheres são as magras, altas, de
cabelos impecáveis e maquiagens cada vez mais arrojadas. Mas será que já não
passou da hora de mudarmos esse estigma?
O ser
humano é tão complexo, tão diferente em seus formatos e visões e essa é toda a
beleza dessa história, sabe?Somos bilhões! Então porque escolhermos apenas
alguns para estereotipar?
Não
podemos todos ter espaço e se sentir satisfeitos com seu corpo seja ele do
jeito que for? Claro que podemos! E a graça se encontra aí, na
possibilidade, na variedade.
Dessa
forma, por favor, meninas, mulheres, se lembrem disso a cada vez que pensarem
em vocês mesmas e que mostrarem isso ao mundo através da vida real e também
pelas redes sociais.
Nunca
se sintam menores ou isoladas por não terem o mesmo número de curtidas que a
sua amiga, ou inimiga (pra quem for de inimizades), conhecida ou desconhecida…
não deixem que lhe digam o que é bonito ou feio se você tem capacidade
suficiente de obter essa percepção por si mesma e de também respeitar a opinião
do outro.
Não se
deixem adoecer pelo que a “sociedade” impõe. Realizem dia após dia a reflexão e
a valoração de quem você é e do quanto é bonita e interessante, primeiro aos
seus olhos e consequentemente ao olhar do outro.
Que
exista mais amor, começando pelo próprio! E que esse amor gere cada vez
mais amor pelo próximo, afinal “amarás ao teu próximo como a ti mesmo”.
Pensem nisso!
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