terça-feira, 21 de junho de 2016

SUA MANDÍBULA TRAVA? PODE SER DTM...

FONTE:, (www.msn.com).


Sente dor ao movimentar a mandíbula ou ouve estalidos quando a mexe? Isso pode significar que você sofre de disfunção temporomandibular (DTM), patologia que afeta a articulação temporomandibular (ATM) – estrutura que conecta a mandíbula aos ossos temporais do crânio. Além desses sintomas, outros mais comuns são dor de cabeça, na face, no ouvido, nos olhos, na coluna cervical ou ainda a limitação de movimentos. O travamento da região mandibular é uma das principais consequências da DTM. 

A origem da DTM é multifatorial. De acordo com a especialista em disfunção temporomandibular e dor orofacial Simone Carrara (CRODF: 2725), é raro que o paciente apresente apenas uma causa para a ocorrência da disfunção. “São vários hábitos que favorecem o surgimento da doença: bruxismo, pré-disposição por algum fator genético, trauma na mandíbula, lassidão ligamentar, que é quando a pessoa tem ligamentos frouxos, tudo isso contribui para que o indivíduo tenha uma maior tendência em desenvolver DTM”, explica. 

O diagnóstico começa com a anamnese, uma série de perguntas que o profissional da saúde faz para entender qual a doença do paciente. Nela, ele examina de perto a história clínica e realiza um exame físico que busca ver e ouvir os movimentos da mandíbula com um estetoscópio. “Apalpamos as estruturas e já na hora conseguimos identificar se o indivíduo tem problemas de DTM”, esclarece Simone. 

Segundo a especialista, é consenso entre os dentistas que nenhum procedimento para tratar DTM pode ser invasivo nos dias de hoje. “Como ela pode ser confundida com outras doenças, como enxaqueca e nevralgia do trigêmeo, pacientes podem acabar indo a profissionais errados, ficando sem o tratamento adequado”, comenta Simone. 

Algumas pessoas apertam os dentes com muita força e esse excesso de atividade muscular gera ácido láctico. “A intensa contração dos músculos causa uma dor de origem musculoesquelética por causa do ácido láctico acumulado. Como a região é cheia de nervos, o paciente vai ter uma resposta mais intensa.” Indiretamente, esse problema pode levar à enxaqueca, causada pela contratura muscular. 

A DTM pode ser controlada e ter seus sintomas reduzidos com dispositivos e placas interoclusais, que diminuem a pressão intra-articular entre a mandíbula e os ossos temporais do crânio. A fisioterapia, conforme Simone, é importante para restaurar os movimentos e as funções comprometidas que o paciente estava impossibilitado de fazer com a disfunção. “Os métodos mais utilizados são: eletroterapia, laser, ultrassom, manipulações, exercícios, compressas etc”, completa. Além disso, a conscientização do indivíduo é uma parte fundamental do tratamento. “Não adianta a pessoa ir ao dentista para resolver o problema, mas ficar mascando chiclete, roendo unha, apertando e tocando os dentes o dia inteiro.”

Para evitar o apertamento dos dentes, a especialista recomenda ficar com as arcadas desencostadas. “Mesmo que no início seja difícil, tem que tornar essa posição de esforço um hábito”, enfatiza Simone. Uma outra alternativa para tratar a dor na DTM é o manejo farmacológico. “Trabalha-se com medicamentos análogos da morfina para retirar essa dor. Mas ressalto que a doença não é resolvida com a medicação, só a crise da dor.” Nas palavras da dentista, a medicação deve vir acompanhada de outras terapias. 

Uma das famosas consequências da DTM é o travamento da mandíbula. A causa pode ser de origem muscular ou articular. Se a contração dos músculos for muito forte, isso impede o movimento. “Essa contração tem origem no bruxismo, que é quando o paciente aperta tanto os dentes que a musculatura fica enrijecida, como se estivesse em um estado constante de tensão”, informa Simone. Traumas como socos, boladas e, novamente, o bruxismo podem fazer com que o disco presente na articulação temporomandibular fique deslocado, impedindo o movimento da mandíbula e deixando-a travada.

O tratamento  desse travamento da mandíbula é similar ao da própria DTM. Além da fisioterapia, usam-se as placas interoclusais. Caso o disco esteja deslocado, os profissionais manipulam os movimentos para tentar colocá-lo na posição original. “Se isso der certo pode ser que ele nem precise fazer outras terapias, mas se ele continuar com alguma disfunção seguimos com outros procedimentos”, conta Simone.  


O estresse é um fator que, por meio de condições neuroquímicas, favorece o travamento da mandíbula. De acordo com a especialista, isso acontece porque o apertamento dos dentes aumenta em situações estressantes, tensionando a musculatura e impedindo o movimento. “As substâncias liberadas nesses momentos abaixam o limiar da dor e deixam o paciente mais vulnerável, então, qualquer pressão das arcadas é sentida de forma mais intensa”, declara Simone. Apesar de haver estudos que investigam essa relação, falta ainda um resultado comprobatório. 

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