FONTE: Do VivaBem, em São Paulo, http://vivabem.uol.com.br
Os gatos são muito mais
do que nossos companheiros de quatro patas. Uma nova pesquisa explica como os
animais podem ajudar no desenvolvimento de novas drogas para o HIV. Tudo porque
uma proteína específica do vírus da imunodeficiência felina (FIV) tem estrutura
tridimensional, assim como o HIV.
Akram Alian e Meytal
Galilee, autores do estudo do Instituto de Tecnologia de Israel, acreditam que
essas descobertas podem abrir as portas para novos medicamentos para combater o
HIV-1, que é resistente aos medicamentos disponíveis. O estudo foi publicado na
PLOS Pathogens.
O HIV é um vírus que
ataca as células T do corpo, que são células imunes que nos ajudam a evitar
infecções e doenças. O HIV-1 é a cepa mais comum do vírus, respondendo por
cerca de 95% de todos os casos. Os medicamentos antirretrovirais trouxeram
qualidade de vida aos infectados, já que essas drogas reduzem o nível de HIV no
sangue até o ponto em que ele fica indetectável.
No entanto, nem todas
as pessoas com HIV que recebem medicamentos antirretrovirais atingem nível
sanguíneo indetectável do vírus, e alguns indivíduos com HIV podem desenvolver
resistência a esses medicamentos.
Com isso em mente, os
cientistas buscam desenvolver novas drogas para o HIV e acreditam que os gatos
podem ajudar a suprir essa necessidade.
No estudo, os
pesquisadores se concentraram na proteína "transcriptase reversa". No
FIV e no HIV, esta proteína pode "copiar" o genoma do RNA do vírus
para o DNA. Esse DNA será então "implantado" no genoma do hospedeiro,
o que faz com que suas células repliquem o vírus.
No FIV, a transcriptase
reversa é resistente aos inibidores da transcriptase reversa, drogas
antirretrovirais que podem bloquear essa proteína em pessoas com HIV.
Há uma preocupação de
que o HIV possa desenvolver a mesma resistência a esses medicamentos que o FIV,
mas, caso isso aconteça, os resultados do novo estudo podem já ter encontrado
uma resposta.
Usando técnicas de
purificação e cristalização, Alian e Galilee decifraram a estrutura 3D da
proteína da transcriptase reversa do FIV, que revelou os mecanismos por trás da
resistência da proteína aos antirretrovirais.
A equipe descobriu que
a proteína da transcriptase reversa dentro do FIV gera uma "bolsa
fechada" que impede que os inibidores da transcriptase reversa
efetivamente se liguem a ela, tornando-a resistente aos medicamentos.
Eles dizem que suas
descobertas podem não apenas levar a novos tratamentos para o FIV, mas também
abrir caminho para futuros tratamentos para o HIV.
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