FONTE: *** Jairo Bouer, http://doutorjairo.blogosfera.uol.com.br
Mais um medicamento que traz esperança às mulheres que sofrem de
problemas sexuais foi submetido à agência regulatória norte-americana, o FDA
(Food and Drug Administration), este mês. A substância, chamada bremelanotida,
age no sistema nervoso central e parece interferir nos níveis de dopamina, um
neurotransmissor importante para a excitação.
O remédio estava sendo testado como pílula de bronzeamento, nos anos de
1980. Não surtiu efeito, mas apresentou um interessante efeito colateral:
ereções espontâneas nos homens que a consumiram. Na ausência de qualquer luz no
horizonte feminino, a Palatin Technologies decidiu investir na ideia de
transformá-lo em um tratamento contra a disfunção sexual feminina.
Nos ensaios clínicos de fase 3, que foram concluídos recentemente, o
medicamento apresentou resultados superiores ao placebo em relação a melhora no
desejo e diminuição do estresse provocado pela falta de libido durante as
relações. Ao todo, 1.200 mulheres participaram dos experimentos, que duraram 24
semanas.
Os principais efeitos colaterais registrados, segundo a farmacêutica,
foram náusea, dor de cabeça e vermelhidão no rosto. A droga é injetável, o que
não é lá muito convidativo, e deve ser aplicada 45 minutos antes do sexo. Mesmo
assim, a empresa diz que 80% das participantes pediram para continuar no
período de extensão pelo estudo, por mais 52 semanas.
A promessa de um Viagra feminino ainda parece distante. Em 2015, os EUA
aprovaram um outro medicamento, o flibanserin, que atua nos níveis de
serotonina. A droga chegou ao mercado cheio de reticências, e o cenário não
mudou muito. Uma reportagem do jornal britânico Daily Mail mostra que apenas
10% das usuárias relataram algum aumento nos níveis de satisfação sexual. Os
efeitos colaterais também foram náusea e dor de cabeça.
Um estudo publicado há algum tempo no British Medical Jornal constatou
que mais de um terço das mulheres de 16 a 74 anos ficou sem sentir interesse em
sexo por pelo menos três meses no ano anterior às entrevistas. O trabalho
contou com 5.000 delas. Quem acertar nesse alvo vai ficar milionário, sem
dúvida.
Por enquanto, os conselhos são os tradicionais: investir no
relacionamento, relaxar mais e dormir melhor, fazer exercícios (sim, eles
ajudam muito no prazer!), conhecer o próprio corpo e, no caso de quem chegou à
menopausa, discutir opções de tratamentos específicos para sintomas como
ressecamento vaginal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário