sexta-feira, 28 de setembro de 2018

NOVO ESTUDO SUGERE PROCESSO CEREBRAL QUE CAUSA DOENÇA DE ALZHEIMER...


FONTE:, em São Paulo, https://vivabem.uol.com.br



Ninguém sabe exatamente qual é a causa da doença de Alzheimer, mas uma das teorias mais populares sugere que uma proteína conhecida como beta-amiloide constrói aos poucos uma placa no cérebro das pessoas e causa danos que, por hora, são irreparáveis.

Para desvendar o que acontece na cabeça de pacientes e criar tratamentos efetivos, um estudo publicado na revista Cell Death & Disease analisou um mecanismo suspeito que envolve uma proteína beta não-amiloide e um canal de potássio referido como KCNB1.

Sob condições de estresse, o KCNB1 se acumula e se torna tóxico para neurônios em um cérebro afetado pela doença de Alzheimer. Para piorar o quadro, o canal de potássio promove ainda a produção de beta-amiloide.

O estudo descobriu que, em cérebros afetados pela doença de Alzheimer, o acúmulo de KCNB1 era muito maior em comparação com os cérebros normais.

“O acúmulo de KCNB1 foi encontrado após a observação de cérebros de ratos e humanos, o que é significativo, pois a maioria dos estudos científicos não vai além da observação em animais”, disse Federico Sesti, professor de neurociência e biologia celular que participou da pesquisa.

“Além disso, os canais de KCNB1 podem não só contribuir para a doença de Alzheimer, mas também para outras condições de estresse, já que foi descoberto em um estudo recente que eles são formados após um trauma cerebral”, completou. Nos casos de Alzheimer e traumatismo cranioencefálico, o acúmulo de KCNB1 está associado a danos graves da função mental.

Com o resultado da pesquisa, Sesti testou uma droga chamada Sprycel para tratar a doença em camundongos e teve sucesso. O remédio já é usado em humanos, mas para tratar pacientes com leucemia.

“O estudo mostra que este medicamento e outros semelhantes têm alto potencial de uso para tratar o Alzheimer, uma descoberta que abre portas para um ensaio clínico onde a droga será testada em seres humanos”, concluiu o professor.

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