Barulhão
tem tratamento e consequências do problema vão além do incômodo causado aos
outros.
Seja você o roncador ou
o (a) parceiro (a) dele, saiba que esse barulhão tem tratamento e que as
consequências do problema vão além do incômodo causado aos outros.
Segundo Dalva Poyares,
do Instituto de Sono de São Paulo, o primeiro passo é definir se o ronco é um
sinal de apneia obstrutiva do sono, provocada por alterações anatômicas (como
crescimento das amígdalas, malformações da mandíbula ou da faringe, hipertrofia
da língua, como ocorre na síndrome de Down) e pela diminuição da atividade dos
músculos dilatadores da faringe.
A obesidade é um fator
que piora o quadro, estreitando as vias respiratórias. O resultado são pausas
na respiração que duram mais de 10 segundos e são consideradas anormais quando
ultrapassam a frequência de cinco por hora de sono.
A hipotonia dos músculos
da faringe ou falta de coordenação dos músculos respiratórios também podem
causar o estreitamento da passagem de ar pelas vias aéreas.
Em caso de apneia, o
ronco e essas pausas vêm geralmente acompanhados de hipersonolência durante o
dia. Sono agitado, engasgos durante o sono, aumento da frequência de urinar a
noite, alterações de memória e raciocínio e impotência sexual são outros
sintomas possíveis.
Os tratamentos da
apneia incluem emagrecimento, o uso de um aparelho de pressão positiva chamado
CPAP e de aparelhos intraorais (placas que ajudam a diminuir essa obstrução) e
até cirurgia.
Cerca de 10% da
população acima de 65 anos apresenta apneia obstrutiva do sono.
Caso a fonte do ronco
não seja a apneia, as causas podem ser obstrução nasal e sinusite, afirma
Poyares. Segundo ela, um exame de polissonografia é determinante no
diagnóstico.
O exame permite testar
durante o sono os potenciais elétricos da atividade cerebral, dos batimentos
cardíacos, os movimentos dos olhos, a atividade muscular, o esforço respiratório,
a saturação de oxigênio no sangue, o movimento das pernas e outros parâmetros.
Crianças também podem
apresentar apneia do sono, mas, segundo Poyares, a criança que ronca geralmente
tem alguma obstrução. O caso deve ser avaliado por um otorrinolaringologista
pediátrico.
Diversos estudos
mostraram que a apneia do sono está associada a aumento na incidência de
infartos do miocárdio, derrames cerebrais e arritmias cardíacas. Por causa dos
problemas que causa, também aumenta o risco de acidentes de trânsito e de
trabalho.
Em resumo, a apneia
obstrutiva do sono tem influência sobre os sistemas cardiovascular, neurológico
e imunológico e acaba repercutindo não só na qualidade de vida, mas na
longevidade do indivíduo.
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