Phil Baty, diretor
editorial da publicação, diz que a saída de instituição entre as mil melhores
alerta para um "quadro sombrio" no Brasil, com os cortes no
financiamento.
O Brasil tem seis
universidades a menos classificadas entre as mil melhores do mundo, segundo o
ranking divulgado anualmente pela publicação britânica "Times Higher
Education" (THE), um dos principais em avaliação do ensino superior. É o
segundo ano consecutivo que o País perde espaço na lista. Na edição deste ano,
são 15 brasileiras ante 21 no ano passado e 27 em 2016.
Phil Baty, diretor
editorial da publicação, diz que a saída de instituição entre as mil melhores
alerta para um "quadro sombrio" no Brasil, com os cortes no
financiamento. "Você simplesmente não pode alimentar instituições de
pesquisa de nível mundial com cortes de financiamento, e os sérios problemas
econômicos enfrentados pelo Brasil não são um bom presságio para o futuro. O
declínio de financiamento e os declínios no ranking podem alimentar um círculo
vicioso, com os talentos saindo do país. O Brasil precisa encontrar uma maneira
de obter recursos vitais em suas universidades, públicas ou privadas, para
revitalizar o sistema e conter o declínio", disse.
A Universidade de São
Paulo (USP) segue como a primeira do País, em um grupo que está entre 251 e 300
melhores universidades. Após a posição nº 200, o ranking deixa de considerar as
instituições de forma unitária e passa a considerá-las por grupos. No ano
passado, a universidade também estava neste grupo, embora a pontuação tenha
tido ligeira melhora em itens como ambiente de ensino, impacto das citações e
perspectiva internacional. O que pesou para a universidade foi a queda da
pontuação de pesquisa, segundo informa a equipe da THE, em nota.
A Universidade de
Campinas (Unicamp) é a segunda instituição brasileira melhor avaliada, como no
ano passado. Apesar da ligeira melhora na pontuação geral, a instituição também
teve queda na avaliação em pesquisa.
Apesar de ter menos
universidades entre as mil melhores, a presença do Brasil no ranking foi maior
neste ano (com 36, ante 32 no ano passado) já que a edição classificou 1,1 mil
instituições. Para isso, foram ranqueadas 1.250 universidades de 36 países.
A avaliação do THE
utiliza informações como número de citações em pesquisa, nível de
internacionalização, grau de titulação dos professores e transferência de
conhecimento para a sociedade - além de outros aspectos.
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