FONTE: , André Borges, https://www.msn.com/
BRASÍLIA - Não há como escapar. Está no ar, no açúcar, no sal, na água de torneira, na cerveja gelada. A presença de micropartículas de plásticos já faz parte do cotidiano de qualquer cidadão do mundo, que ingere, por ano, algo entre 74 e 121 mil partículas desse material.
Em agosto do ano passado, a Organização Mundial da Saúde divulgou o relatório (Microplastics in drinking-water), no qual analisa mais de 50 estudos sobre a presença de partículas e fibras plásticas em águas naturais, potáveis e de esgoto para avaliar os riscos à saúde humana. Não há consenso sobre como esse material tem afetado a vida humana. Partículas acima de 150 micrômetros são facilmente excretadas pelo organismo humano e, assim, não representariam grande risco à saúde. O que se sabe é que temos ingerido essas micropartículas por meio de ingestão e inalação. E comer plástico não parece a melhor das ideias.
Entre os dados consolidados pela Oceana estão resultados de uma pesquisa feita no ano passado por cientistas do Departamento de Biologia da Universidade de Victoria, no Canadá, que analisou as quantidades dessas partículas e diversos produtos e substâncias. A água engarrafada aparece no topo da lista daqueles que apresentaram maior presença de microplástico, seguida por cerveja, ar, água de torneira, frutos do mar, açúcar e sal.
Um estudo da Divisão de Gastroenterologia e Hepatologia da Universidade de Medicina de Viena, na Áustria, encontrou partículas de microplásticos em fezes humanas em indivíduos em oito países diferentes: Finlândia, Itália, Japão, Holanda, Polônia, Rússia, Reino Unido e Áustria. “Todos eles tinham tido contato com comida embalada por plástico e seis haviam comido peixes e frutos do mar durante o período de observação do experimento. Cerca de 95% das fezes continham 20 partículas de microplástico a cada 10 gramas”, afirma o relatório.
Os
dados sobre a vida marinha são mais visíveis. Entre 2015 e 2019, foram feitas
29.010 necropsias de aves, répteis e mamíferos marinhos encontrados ao longo
das praias das regiões Sul e Sudeste do Brasil. Desse total, 3.725 animais -
entre golfinhos, baleias, aves e répteis - tinham ingerido algum tipo de
detrito plástico. Aproximadamente 13% tiveram a morte diretamente associada ao
consumo desses materiais.
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