FONTE:, Eduardo Tancredi, psiquiatra***, https://www.msn.com/
Palpitação,
falta de ar, tensão muscular, sudorese, noites sem dormir... Uma ou outra
dessas situações já deve ter feito parte da sua vida diante de algum
acontecimento importante por vir — pode ser um aniversário aguardado, um
casamento ou até mesmo uma prova difícil. E tudo bem! No entanto, se esses
sintomas se repetem com frequência e trazem prejuízos físicos e sociais, é hora
de procurar um médico.
Afinal,
essas podem ser manifestações dos transtornos de
ansiedade. Para você ter ideia,
segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o
país com o maior número de pessoas ansiosas: o problema afeta quase 10% da
população. Os transtornos de ansiedade incluem a chamada ansiedade generalizada, o pânico e as fobias. São queixas comuns nos consultórios psiquiátricos.
O
tratamento dessas condições se baseia, em geral, na associação de psicoterapia e medicações. Vai depender caso a caso, porque não há uma única causa para o
transtorno. Ela envolve fatores biológicos (predisposição genética),
psicológicos (personalidade, traumas...) e sociais (ambiente, vivências...).
A
indicação do tratamento também leva em conta a gravidade dos sintomas, seus
impactos na vida do paciente e o tipo de transtorno. Por isso vale a pena
entender melhor cada um deles.
O
transtorno de ansiedade generalizada.
Geralmente,
a pessoa apresenta ansiedade e preocupação
excessivas, e a sensação de apreensão
ocorre na maioria dos dias por pelo menos seis meses. Ela pode estar associada
ao desempenho escolar ou profissional ou a outros eventos sociais.
O
indivíduo não consegue controlar a preocupação, se sente inquieto e por vezes
com a sensação de estar com os nervos à flor da pele. Também pode se sentir
cansado ou irritado, com dificuldade de se concentrar ou sofrer com maior
frequência aqueles "brancos" na memória. A ansiedade generalizada
ainda prejudica o sono e gera tensão muscular.
O
diagnóstico e o tratamento buscam, portanto, lidar com esse estado mental e
evitar o sofrimento e os prejuízos sociais, acadêmicos e profissionais.
O
transtorno e os ataques de pânico.
Eles
se destacam dentro dos transtornos de ansiedade como um tipo particular de
resposta ao medo. A característica essencial do pânico é o surto abrupto de medo ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos, durante o qual a
pessoa pode experimentar:
- palpitação, sensação de coração
acelerado
- sudorese
- tremores
- sensação de falta de ar ou
sufocamento
- dor ou desconforto no peito
- náuseas ou desconforto abdominal
- tontura, vertigem ou desmaio
- calafrios ou ondas de calor
- formigamento de membros
- sensação de estar distanciado de si
mesmo
- medo extremo de perder o controle
ou morrer
É
bom ressaltar que os ataques de pânico não são sinônimo de transtorno do pânico. Em muitos quadros de ansiedade, a pessoa tem ataques de
pânico. No transtorno em si, a pessoa tem o medo de desenvolver um ataque de
pânico, ou seja, é o medo do medo. E, aí, esse indivíduo tende a ter crises
recorrentes.
São
marcadas pelo receio ou a repulsa
acentuada diante de um objeto ou situação. Pode ser o medo exagerado de altura, de animais, de
injeção, de sangue etc. O objeto ou situação que desperta fobia é ativamente
evitado ou suportado com intenso sofrimento ou ansiedade pela vítima.
Nas
fobias, os sintomas se mostram desproporcionais em relação ao perigo imposto
pelo contexto. E, não por menos, eles podem causar repercussões mentais,
físicas e sociais consideráveis.
A fobia social é
um dos tipos mais comuns e impactantes. É caracterizada pelo medo diante de uma
ou mais situações em que o indivíduo está exposto a outras pessoas. Os exemplos
são diversos: há quem não consiga manter uma conversa com alguém que não é
familiar a sujeitos que não aguentam se sentir observados ou avaliados pelos
outros.
O
quadro pode iniciar na infância e continuar pela vida adulta, trazendo
consequências como depressão e maior risco de alcoolismo. Tudo
isso só reforça a necessidade de procurar um profissional de saúde se estiver
sofrendo com esses sintomas.
*** Eduardo Tancredi é psiquiatra, diretor médico da rede de
clínicas de atendimento eCare Life e membro do comitê Asap (Aliança para a Saúde
Populacional).
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