FONTE: , Eduardo Nunes, https://www.msn.com/
A palavra meditação vem do latim meditare,
que significa “voltar-se para o centro no sentido de desligar-se do mundo
exterior” e “voltar a atenção para dentro de si”. Além de todos os benefícios
mentais colhidos pela meditação, a prática constante pode ser uma grande aliada
para melhorar o desempenho de exercícios físicos.
É
certo que a meditação tem papel crucial na manutenção da nossa saúde física e
mental, explica Sandra Paoleschi, professora de yoga da Cia Athletica Granja
Vianna. “O tema já vinha crescendo no meio científico antes mesmo da pandemia,
e agora nessa crise mundial que nos encontramos, está realmente em evidência.
Neste sentido, a prática constante nos auxilia nas atividades rotineiras, no
trabalho, estudos e também nos exercícios físicos”, conta.
De
acordo com Paoleschi, os resultados de quem medita com frequência são
surpreendentes e vão além dos benefícios físicos, como baixa de pressão
arterial, controle de doenças psicossomáticas e diminuição de dores crônicas.
A
meditação atua na melhora do funcionamento do cérebro, aumentando a capacidade
de concentração e relaxamento, o que pode melhorar a qualidade do sono. “A
concentração é uma ferramenta crucial para diversas atividades que
desempenhamos. Quando melhoramos essa capacidade, nossas atividades físicas são
muito melhor aproveitadas. Além disso, com uma melhor qualidade de sono,
acordamos com mais disposição e, consequentemente, todas as atividades,
incluindo a física, terão melhor desempenho”, explica.
Na prática.
Após
a prática frequente, o atleta começa a inserir a meditação de forma
inconsciente em suas atividades, elevando mais seu desempenho e aproveitando os
benefícios do exercício. “Um surfista ao entrar no mar, por exemplo, ao esperar
a onda ou quando está surfando nela, está em um estado meditativo. Por isso,
consegue focar apenas naquele momento, assim como a bailarina quando está no
palco e um corredor em uma pista”, exemplifica a professora.
O
entrar em uma postura de yoga e o permanecer nela também é um exemplo de
meditação, desde que se esteja presente no momento presente, não só com o corpo
físico, mas com o mental, o intelectual e o espiritual.
Portanto,
é possível carregar os princípios da meditação para qualquer prática de
exercício e esporte, aumentando a concentração, resistência à dor.
Meditar não é “pensar em nada”.
A
ideia de que meditar é evitar o pensamento é distorcida. Paoleschi explica que
basta perceber os pensamentos e não criar identificação com eles. Isso traz uma
grande tranquilidade que se reflete num ganho de saúde, qualidade de vida
e produtividade.
Qualquer
pessoa pode meditar, desde que entenda que o processo será gradativo e cada um
seguirá de acordo com sua capacidade. É necessário apenas estar em uma postura firme e confortável.
“Para
um iniciante, é fundamental saber que, no começo, meditar é apenas aprender que
está sentado como um observador dos pensamentos. Aos poucos, entende o que é
observar sem criar ação nesses pensamentos e, a partir dessa experiência, verá
que há um intervalo entre um pensamento e outro e assim vai descobrindo que há
algo além dos nossos pensamentos, há uma consciência maior além desses
turbilhões de pensamentos”, explica.
A disciplina é a mais poderosa chave para a meditação. Sentar para meditar todos os dias por cinco ou dez minutos já é uma mudança de atitude. “Aos poucos o praticante começa a perceber a raiz dos hábitos, tornando mais fácil remover um hábito negativo. Além disso, melhora a capacidade do que você vê, escuta e se relaciona com o mundo, percebendo o que precisa trabalhar sobre si mesmo”, conclui.
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