quinta-feira, 4 de março de 2010

EDUCAÇÃO: PROMESSA E REALIDADE...

FONTE: Joaci Góes (TRIBUNA DA BAHIA).

O MEC acaba de receber mais um resultado negativo para nosso programa educacional: entre 2001 e 2008, apenas 33% das 294 metas anunciadas foram alcançadas.Apesar do aumento da população universitária, o percentual de crescimento das matrículas no curso superior até 2008 foi de 13,7%, contra uma já frustrada previsão de 30% para 2010.
A redução em 50% da taxa de repetência em 2010, não chegou a 28% em 2007.
De positivo registra-se o cumprimento parcial da adaptação dos prédios escolares às necessidades dos que demandam educação especial; a criação de programas destinados à formação do magistério para a educação tecnológica e a oferta de cursos à distância de nível superior.
O baixo rendimento aconteceu, não obstante haver a União aumentado em dez vezes o valor dos recursos destinados aos estados mais pobres: de R$500 milhões esse montante subiu para R$5 bilhões, fato que robustece a crença em que a problemática educacional brasileira reside mais no método e nas técnicas de ministração do ensino do que nas dimensões dos recursos a ele destinados, merecendo ênfase especial a questão salarial dos professores. Estados há, como Alagoas e Amazonas, que apresentam desempenho escolar inferior a unidades da Federação, como Minas e Santa Catarina, apesar de concederem uma remuneração mais alta ao seu magistério.
O futuro muito próximo evidenciará que o sistema de remuneração meritocrática, no estilo em prática no estado de São Paulo, é o que mais convém à educação brasileira para que nos alcemos às alturas requeridas pela era do conhecimento em que estamos imersos.
É sempre oportuno lembrar que entre todas as nações do mundo, apenas duas, Estados Unidos e Noruega, são detentoras de riquezas naturais abundantes. Todas as demais, como Inglaterra, Suécia, Dinamarca, Finlândia, França, Itália, Alemanha, Suíça, Espanha, Nova Zelândia, Austrália, Singapura, Coréia do Sul e Japão apoiam seu desenvolvimento no domínio da ciência, da tecnologia e dos valores morais e espirituais.
Se não formos capazes de internalizar profundamente a compreensão de que a educação é o caminho mais curto entre o atraso e o desenvolvimento, a barbárie e a paz social, não há pré-sal que nos salve do crescente apartheid que infelicita a Nação e ceifa anualmente milhares de vida, tragadas pela violência sem peias.
É uma pena que, apesar da grande tradição cultural de nosso estado, não há sinais que tornem razoável a crença de que da Bahia possa surgir um exemplo de qualidade capaz de inspirar o País para avançar na direção de ensino do seleto grupo das nações moral e intelectualmente maduras.

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