sexta-feira, 26 de março de 2010

O LADO A E O LADO B...

FONTE: Ivan de Carvalho (TRIBUNA DA BAHIA).

Deu na coluna Painel, assinada por Renata Lo Prete, da Folha de S. Paulo e que é simultaneamente publicada na Tribuna da Bahia e foi, no assunto específico – sucessão baiana, especialmente composição de chapas majoritárias – citada no blog Bahia em Pauta, por uma provocação do editor do Blogbar, Luiz Fontana, que colocou duas notas da competente Lo Prete no espaço de “comentários” para um artigo meu reproduzido no Bahia em Pauta pouco após sua publicação na TB.
Espero que o leitor não haja se perdido nesse labirinto midiático, porque mais complexo ainda é o labirinto político, que vem aí. Claro que Renata Lo Prete arriscou um pouco, pode acertar em cheio quanto ao que escreveu, embora com a recomendável cautela de encaixar a expressão “está muito perto”. Realmente, a chapa governista estadual, chamada de Lado A, vai ter como candidato a vice-governador Otto Alencar, atualmente conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios e que já foi presidente da Assembleia Legislativa, vice-governador e governador titular por nove meses. Ele se filiará ao PP.
Problemas sérios de saúde, que o pegaram de surpresa, são a principal razão pela qual não é candidato ao Senado, como ele e o governador desejavam. Quanto a Lídice da Mata, lutou com unhas e dentes para ser candidata a senadora e as circunstâncias (incluindo as que envolveram Otto Alencar, principalmente, mas também outras menores, coadjuvantes) a favoreceram.
O senador César Borges, presidente estadual do PR, afirmou esta semana que bastaria o PT aceitar o PR em suas coligações proporcionais para fechar o acordo com Wagner e o presidente estadual do PT, Jonas Paulo, falando meio por ele mesmo, meio pelo partido, está dizendo que este já está aceitando as coligações nas eleições de deputado federal e estadual. Então pode-se praticamente dar o assunto como resolvido.
Quem acha que César Borges é arisco a riscos deve estar enganado. Vejam: ele é apontado por uma ala do PT e outros setores da “esquerda” como impossível de desvinculação do carlismo, que, aliás, nem a própria “esquerda” sabe se ainda existe ou não. Então supõe-se que a militância de “esquerda” não vota nele e, pior, não trabalhará para ele e que o mesmo ocorrerá com os “simpatizantes” das organizações de “esquerda”. E terão opções: para senador, Lídice da Mata, do PSB, da mesma coligação em que Borges tende fortemente a estar e o deputado federal Edson Duarte, do PV, que concorre ao Senado na chapa encabeçada pelo colega e correligionário Luiz Bassuma, que é candidato a governador.
Renata Lo Prete também escreveu (permitam-me citá-la, os muitos que já a leram) sobre o que chamou de Lado B. “Na oposição, o desfecho caminha para a indicação de Nilo Coelho (PSDB) como vice de Paulo Souto (DEM). Para o Senado os nomes devem ser José Ronaldo (DEM), ex-prefeito de Feira de Santana, e ACM Júnior (DEM), embora a família o pressione a abdicar da reeleição para cuidar dos negócios”.
Tudo certo, isto é, excetuando Souto, sobre o qual há certeza da candidatura a governador, “tudo caminha” para a composição da chapa anunciada. Mas não se tem uma confirmação absoluta de José Ronaldo (em Feira, ainda há alguma expectativa sobre se ele aceitaria a candidatura ao Senado ou disputaria um mandato de deputado federal com bela e garantida eleição). Quanto ao senador ACM Júnior, não fugirá da raia: já disse e repetiu que se for missão partidária, ele concorre, embora não pretendesse.
Lo Prete deixou para outra ocasião as notas sobre o Lado C (O PMDB e sua chapa majoritária encabeçada pelo ministro Geddel Vieira Lima) e o Lado D (a chapa majoritária do PV, que tem Bassuma e Edson Duarte e não tem obrigação nenhuma de completar a chapa para o senado).

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