quinta-feira, 4 de março de 2010

PMs ACUSADOS DE ATAQUE A GAYS...

FONTE: Ludmilla Cohim (TRIBUNA DA BAHIA).

Algumas denúncias de homossexuais e travestis contra um suposto comportamento homofóbico de Policiais Militares da 11ª Companhia de Policia, na Barra, chegaram ao Grupo Gay da Bahia (GGB). De acordo com as acusações, gays que costumam namorar atrás do Farol da Barra, têm sido alvo constante de agressões por parte dos PMs.
Segundo uma das denúncias, na última segunda-feira, PMs subordinados ao tenente coronel Marconi do Nascimento abordaram os rapazes de forma brutal e humilhante, com sermões homofóbicos. As vítimas também teriam sido levadas para a 14º Delegacia como se fossem criminosas. Diante do fato, o GGB enviou carta ao Comando Geral da Policia Militar da Bahia anteontem, mas ainda não recebeu resposta da instituição.
De acordo com o presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, por parte dos homossexuais, não houve sequer nenhum atentado ao pudor que pudesse ao menos justificar a ação truculenta dos policiais. “É um preconceito enraizado. Para vocês terem noção do que estou falando, basta eu lhe dizer que os gays estão sendo agredidos pelos policiais, com socos, ponta pés e ainda com lanternas, cabo de aço. Isso é um absurdo. Com tantos delitos gravíssimos acontecendo diariamente em vários pontos da cidade eles ficam utilizando homens e viaturas para realizar uma ação que leva tempo, sem necessidade. Eles deveriam mesmo era realizar ronda para garantir segurança da comunidade baiana”, explica.
Em outro ponto da cidade, na Pituba, os travestis revelaram à Tribuna que são alvo de agressões por parte de PMs todas as noites. "Somos agredidos antes mesmo de descer do ônibus. Não estamos cometendo nenhum ato ilícito, estamos trabalhando como qualquer outra profissional do sexo. Os policiais nos ameaçam todos os dias e isso vem nos impedindo de trabalhar. Não temos outro mecanismo para nos manter devido ao preconceito", disse uma vítima que preferiu o anonimato.
Segundo o coordenador do GGB, Denis Gomes, em decorrência dos maus-tratos, a entidade vai se reunir hoje, às 17 horas, com cerca de 30 travestis da Associação Brasileira de gays, lésbicas e travesti (ABGLT) para discutir uma forma de combater a violência. “Estamos fazendo uma parceria para decidir se vamos de imediato realizar um ato público ou se vamos no Comando da Polícia Militar cobrar que nos respeitem como cidadãos”, disse. A Assessoria de Comunicação da PM foi procurada por este jornal e declarou não ter conhecimento das denúncias.

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