FONTE: *** Camen Vasconcelos (CORREIO DA BAHIA).
O pequeno José Henrique, 8 anos, não conseguia parar quieto em sala de aula. Sempre pedia para ir ao banheiro muitas e muitas vezes, fazendo com que seu rendimento nas matérias fosse pequeno.
Para as professoras, parecia indisciplina e distração. Para alguns familiares, não passava de mania. Atenta, a avó, Maria Nilda Lopes, percebeu que as idas ao banheiro eram acompanhadas de reclamações de muitas dores.
Depois da realização de consultas e de um exame de ultrassonografia solicitado pelos médicos que o acompanharam, a família descobriu que o pequeno sofria com um problema que atinge cerca de 20% das crianças: o descontrole no momento de fazer xixi.
De acordo com a pediatra Shirley de Campos, até bem pouco tempo, fazer xixi na cama era visto como um problema meramente psicológico. Hoje, pesquisas comprovam que o problema pode ter origens físicas e até hormonais.
“O componente psicológico, entretanto, é considerado de importância, já que os indivíduos que urinam na cama (enuréticos), principalmente criança se adolescentes, ficam sujeitos a críticas e são molestados por familiares, o que acaba por interferir em sua autoestima e outros fenômenos agravantes”, esclarece a especialista, destacando que atividades como dormir na casa de amiguinhos ou acampar, fazer uma viagem mais longa podem ficar comprometidas, gerando exclusão.
De acordo com o coordenador do Centro de Distúrbios Miccionais na Infância (Cedimi), da Escola Bahiana de Medicina, o especialista e murologia pediátrica Ubirajara Barroso, muitos pais pensam que a criança tem preguiça de ir ao banheiro e fica prendendo a urina.
“No entanto, se a criança passou dos 5 anos e fica pegando no pênis ou, no caso da menina, se espreme ou aperta a vagina, isso é um sinal de que eles estão segurando a urina por conta de uma contração involuntária da bexiga”, disse Barroso.
Segundo o médico, a disfunção é uma das causas mais comuns das infecções urinárias em crianças.
TRATAMENTO ESTIMULA MUSCULATURA E INIBE O REFLEXO DE URINAR SEM CONTROLE.
O pequeno José Henrique, 8 anos, não conseguia parar quieto em sala de aula. Sempre pedia para ir ao banheiro muitas e muitas vezes, fazendo com que seu rendimento nas matérias fosse pequeno.
Para as professoras, parecia indisciplina e distração. Para alguns familiares, não passava de mania. Atenta, a avó, Maria Nilda Lopes, percebeu que as idas ao banheiro eram acompanhadas de reclamações de muitas dores.
Depois da realização de consultas e de um exame de ultrassonografia solicitado pelos médicos que o acompanharam, a família descobriu que o pequeno sofria com um problema que atinge cerca de 20% das crianças: o descontrole no momento de fazer xixi.
De acordo com a pediatra Shirley de Campos, até bem pouco tempo, fazer xixi na cama era visto como um problema meramente psicológico. Hoje, pesquisas comprovam que o problema pode ter origens físicas e até hormonais.
“O componente psicológico, entretanto, é considerado de importância, já que os indivíduos que urinam na cama (enuréticos), principalmente criança se adolescentes, ficam sujeitos a críticas e são molestados por familiares, o que acaba por interferir em sua autoestima e outros fenômenos agravantes”, esclarece a especialista, destacando que atividades como dormir na casa de amiguinhos ou acampar, fazer uma viagem mais longa podem ficar comprometidas, gerando exclusão.
De acordo com o coordenador do Centro de Distúrbios Miccionais na Infância (Cedimi), da Escola Bahiana de Medicina, o especialista e murologia pediátrica Ubirajara Barroso, muitos pais pensam que a criança tem preguiça de ir ao banheiro e fica prendendo a urina.
“No entanto, se a criança passou dos 5 anos e fica pegando no pênis ou, no caso da menina, se espreme ou aperta a vagina, isso é um sinal de que eles estão segurando a urina por conta de uma contração involuntária da bexiga”, disse Barroso.
Segundo o médico, a disfunção é uma das causas mais comuns das infecções urinárias em crianças.
TRATAMENTO ESTIMULA MUSCULATURA E INIBE O REFLEXO DE URINAR SEM CONTROLE.
No caso do pequeno João Henrique, a solução encontrada para tratar o problema foi a eletroestimulação. O tratamento foi desenvolvido por um grupo de estudantes de fisioterapia e consiste em estimular com eletrodos a região sacral, que fica nas costas, entre a região lombar e o início das nádegas.
“Essa corrente elétrica estimula áreas do cérebro responsáveis pelo reconhecimento da bexiga cheia e do estímulo para urinar.Comas estimulações, a criança passa a ter a capacidade de inibir o reflexo miccional, deixando de fazer xixi na roupa”, esclarece o médico Ubirajara Barroso.“Desde setembro de 2009, começamos a tratá-lo com a eletroestimulação e as reclamações acabaram”, relata a avó, Nilda Lopes. José Henrique é um dos 15 pacientes atendidos diariamente, de forma gratuita, no Cedimi. Tudo começou em 2005, quando estudantes de fisioterapia da Escola Bahiana de Medicina aceitaram um desafio do professor de urologia Ubirajara Barroso: tratar o caso de uma criança que, após quatro anos de acompanhamento no ambulatório da faculdade, não respondia aos tratamentos convencionais para controlar a hiperatividade da bexiga.
“Após 19 sessões, realizadas três vezes por semana, a criança ficou curada e passamos a tratar outros casos da mesma maneira”, diz a fisioterapeuta Patrícia Lordelo, que tem tese desenvolvida sobre o assunto e está iniciando um novo estudo para tratamento em outras faixas de idade.
Ela lembra que a eletroestimulação é conhecida no tratamento de adultos e realizado de maneira invasiva. “O diferencial dessa técnica reside no fato de ser indolor (a criança sente apenas um formigamento), superficial e ambulatorial, permitindo o controle dosestímulos, em sessões que ocorrem três vezes por semana e duram apenas 20 minutos”, defende.
A proposta alcançou resultados tão positivos que uma das maiores autoridades mundiais sobre o assunto, o médico belga Piet Hoebeke, da Ghent University Hospital, visitou a unidade para conhecer a terapia baiana.
“Essa corrente elétrica estimula áreas do cérebro responsáveis pelo reconhecimento da bexiga cheia e do estímulo para urinar.Comas estimulações, a criança passa a ter a capacidade de inibir o reflexo miccional, deixando de fazer xixi na roupa”, esclarece o médico Ubirajara Barroso.“Desde setembro de 2009, começamos a tratá-lo com a eletroestimulação e as reclamações acabaram”, relata a avó, Nilda Lopes. José Henrique é um dos 15 pacientes atendidos diariamente, de forma gratuita, no Cedimi. Tudo começou em 2005, quando estudantes de fisioterapia da Escola Bahiana de Medicina aceitaram um desafio do professor de urologia Ubirajara Barroso: tratar o caso de uma criança que, após quatro anos de acompanhamento no ambulatório da faculdade, não respondia aos tratamentos convencionais para controlar a hiperatividade da bexiga.
“Após 19 sessões, realizadas três vezes por semana, a criança ficou curada e passamos a tratar outros casos da mesma maneira”, diz a fisioterapeuta Patrícia Lordelo, que tem tese desenvolvida sobre o assunto e está iniciando um novo estudo para tratamento em outras faixas de idade.
Ela lembra que a eletroestimulação é conhecida no tratamento de adultos e realizado de maneira invasiva. “O diferencial dessa técnica reside no fato de ser indolor (a criança sente apenas um formigamento), superficial e ambulatorial, permitindo o controle dosestímulos, em sessões que ocorrem três vezes por semana e duram apenas 20 minutos”, defende.
A proposta alcançou resultados tão positivos que uma das maiores autoridades mundiais sobre o assunto, o médico belga Piet Hoebeke, da Ghent University Hospital, visitou a unidade para conhecer a terapia baiana.
*** Reportagem publicada na edição impressa do dia 28/03/2010 do CORREIO.
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