terça-feira, 2 de março de 2010

SE DEIXANDO MORRER...

FONTE: Jolivaldo Freitas (TRIBUNA DA BAHIA).

Tem de se reconhecer que Lula não sabia mesmo de nada. Sua inocência - e o azar de estar na hora errada no lugar errado -, também mostra que, mesmo tendo alçado o posto mais importante da cadeia política brasileira ele sofre na pele o mesmo desacerto que o levou a perder um dedo, ser nordestino e ter a língua presa. O que ele tinha de fazer em Cuba logo quando morre um dissidente que fazia greve de fome? O azar de Lula também é ter um Itamaraty que nunca sabe de nada. Era para dizer ao homem:
- Presidente, é esparro! Deixe para ir lá ver seu amigo Fidel depois que os vermes tiverem se refestelados nas carnes magras do opositor.
Mas, não! A chancelaria brasileira que está sempre dando tiros n´água, ou no pé, mais uma vez colocou o pobre Lula numa sinuca de bico. E ele fez pior ao discursar e perguntar como é que uma pessoa “se deixa morrer”. Lula, entretanto, tem o equilíbrio do destino que traz algum tipo de sorte para atenuar sua cafifa. O terremoto no Chile ajudou a esquecer sua péssima atuação em Cuba referendando um sistema que é nefasto para a democracia.
Quando tudo estava esquecido; quando o mundo inteiro criticava Lula por nada ter feito em prol da volta à democracia em Cuba ou mesmo tivesse intercedido em relação ao dissidente que viria a morrer (mas, claro que ele não sabia do fato) vem Fidel e em mais um dos seus discursos apimentados diz que nosso presidente é avalista de Cuba. Que Lula sabe que Cuba nunca torturou, prendeu ou arrebentou. Pronto! Foi o que valeu para abrir as feridas.
Como Lula estava no Chile, ajudando às vítimas do terremoto, deve passar incólume. Mas, com certeza nos próximos dias ele vai aprontar mais uma para o seu folclore pessoal. Aposto que ele vai dizer amanhã que não sabia que 75 por cento das obras do PAC – administradas por Dilma – estão atrasadas e que o governo maquiou os dados para esconder o problema.
Pode anotar aí que a culpa vai ser das chuvas intensas no Nordeste, da seca no Sul e do destempero do tempo no Sudeste. Vai sobrar para Fernando Henrique Cardoso. E escreva em seu caderno que, fingindo contrariedade, garantirá que os inimigos do povo estão jogando areia no PAC: uma obra nunca realizada na história deste país...!

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