sábado, 8 de junho de 2013

JUSTIÇA CONDENA LOJAS AMERICANAS A PAGAR R$ 3 MI POR JORNADA IRREGULAR...


FONTE: Do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).


As Lojas Americanas foram condenadas ao pagamento de R$ 3 milhões pode dano moral coletivo por submeter seus empregados à jornada móvel variável – quando o empregado não tem um turno de trabalho fixo. Ainda cabe recurso.

A decisão é da 9ª Vara do Trabalho de Natal e obriga a empresa a adotar, em todas as lojas do país, jornadas fixas de trabalho. Além disso, a rede deve elaborar um novo padrão de contrato - com descrição das funções de cada cargo -, regularizar o registro de ponto e conceder repouso semanal remunerado. Caso descumpra as exigências, as Lojas Americanas deverão pagar uma multa de R$ 5 mil por empregado encontrado em situação irregular.

A condenação ocorreu depois que o MPT-RN (Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Norte) entrou com uma ação civil pública contra a empresa. Segundo os procuradores, nas lojas da rede havia desvio de função, marcações nas folhas de ponto que não correspondiam à realidade, não concessão de folga após sexto dia consecutivo de trabalho e compensação ilícita de horários nos contratos de aprendiz.

O texto do MPT cita registros de empregados que trabalharam em oito horários diferentes no período de 30 dias. Outro funcionário teria trabalhado 24 dias sem repouso semanal.

Ainda de acordo com os procuradores, os contratos tinham uma cláusula abusiva determinando que o horário de trabalho pudesse ser alterado pela empresa quantas vezes ela julgasse necessário.

Em nota, as Lojas Americanas disseram que vão recorrer. A empresa não comentou as infrações citadas na ação civil do MPT.

 

Irregular.

Para especialistas, a jornada móvel variável é utilizada para reduzir os gastos com contratação, já que a falta de profissionais é resolvida com uma mudança na escala de trabalho.

O caso mais conhecido dessa irregularidade envolveu a Arcos Dourados, dona de 75% das mais de 600 lojas do McDonald's no Brasil. Em março deste ano, a empresa firmou um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) com o Ministério Público do Trabalho em Pernambuco em que se compromete a acabar com a jornada irregular em todo o país e a pagar R$ 7,5 milhões por danos morais coletivos.


O problema é que, sem horário fixo de trabalho, os funcionários têm dificuldade de estudar, descansar e se dedicar à família. “É importante ressaltar que jornada móvel e variável é diferente de ter um horário flexível. No segundo, o trabalhador pode chegar mais cedo ou sair mais tarde, mas não há mudanças bruscas na jornada, nem obstáculos para que ele tenha vida social”, afirma Robson Dias, auditor fiscal do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Pernambuco.

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