FONTE: Amanda Sant’ana, TRIBUNA DA BAHIA.
Desde o útero, a criança desenvolve
o hábito da sucção, que é fundamental para a amamentação e para o
amadurecimento psíquico. Isso perdura por todo o primeiro ano de vida como uma
necessidade fisiológica e é nesse período que algumas crianças acabam com a
mania de chupar o dedo ou chupetas, podendo perdurar por toda a infância.
A questão é que esse hábito
costuma trazer uma série de consequências para o pequeno e muitos pais acabam
deixando a situação passar despercebida, por achar graça, sem saber que o
hábito é incorreto e nada saudável, e o pior: difícil de ser interrompido.
Algumas consequências podem surgir ao longo do tempo, como o mau hálito,
problemas na mastigação e respiratórios, atrasos na fala e problemas
emocionais.
De acordo com a especialista em
Odontopediatria e Ortodontia, Maria Fernanda Aranha, faz-se importante saber
que na literatura, o registro das halitoses é de 90 a 95% de origem bucal, principalmente
na língua, e cerca de 5 a 10% possuem causas sistêmicas: “A língua possui
diversas papilas gustativas e entre elas formam-se criptas, ou seja, saquinhos
que retêm resíduos de alimentos e a própria placa bacteriana que começam a
fermentar e a liberar odor de enxofre. Sem dúvida, essa é a principal causa do
mau hálito. Já no caso das chupetas o odor pode surgir do acúmulo de restos
alimentares que ficaram armazenados na chupeta. Por isso a necessidade de
mantê-la sempre limpa”, explicou.
Dentre as causas bucais, além do
principal fator relatado anteriormente estão às cáries, abcessos dentários,
tártaro, gengivites, periodontites e restos alimentares entre dentes e gengiva.
Contudo, existem outras patologias, que estão dentro dos 5 a 10%, que
podem levar a halitose como as sinusopatias, problemas respiratórios, amidalas
inflamadas e refluxo gastresofágico: “As inflamações das amídalas, por exemplo,
pode provocar maior formação de muco produzindo maior saburra lingual e
desencadeando a halitose. Uma das causas comum associada à halitose é a
xerostomia, isto é, a diminuição do fluxo salivar. Pacientes que relatam “boca
seca”.
Determinados medicamentos e certos problemas
respiratórios interferem na produção de saliva. Nos casos de pacientes
respiradores bucal onde não possuem um selamento labial adequado, ocorre um
ressecamento da mucosa favorecendo o mau hálito. Vale ressaltar que o fluxo
salivar pode ser alterado, também, por falta de ingestão de água.
Recomendações
Muitos especialistas acreditam que a
necessidade e a persistência em chupar o dedo infância afora estejam
relacionadas a algum tipo de carência afetiva ou ansiedade. O ato pode até
mesmo ser uma maneira de a criança sinalizar que deseja mais atenção.
Normalmente, o vício está
associado a problemas alimentares ou emocionais e, por isso, o bebê passa a
experimentar o estímulo da língua, dos lábios e da mucosa, associandoos a
sensações agradáveis de carinho e aconchego.Para tanto, recomenda-se aos pais.
-- Observem seus filhos durante o sono e, toda vez que ele levar a mão à boca,
retire-a dali com cuidado
-- Percebam em que momentos a criança geralmente coloca o dedo na boca, o que
ficará mais fácil impedi-lo de cometer a ação e caso seja durante alguma
atividade, tirar o dedo da boca enquanto diz que aquilo não deve ser feito e
procurar entretê-lo com outras coisas
-- Substituam o dedo pela chupeta, se for o caso; Ocupar as mãos das crianças,
substituindo as atividades em que as mãos ficam vazias por atividades
criativas, como desenhar e montar objetos
-- Quando for o caso da amamentação, deixar a criança sugar por mais tempo, já
que a necessidade de levar o dedo à boca pode significar a carência afetiva e
essa proximidade durante a amamentação costuma ajudar a resolver o mau hábito
-- Não brigar e sim conversar
-- Usar mordedores com tamanhos, texturas e até temperaturas diferentes,
observando qual o mais adequado para a idade do bebê
-- Dar recompensas e pequenos prêmios, conversando com a criança e estipulando
um período para que ele fique sem chupar o dedo.
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