sábado, 8 de junho de 2013

POLUIÇÃO SONORA TAMBÉM MATA...

FONTE: Naira Sodré, TRIBUNA DA BAHIA.

Decibéis muito acima do tolerável ocupam hoje o terceiro lugar no ranking de problemas ambientais que mais afetam populações do mundo inteiro. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o barulho não é simples incômodo. Barulho mata! Só por infarto, são 210 mil mortes todo ano, aponta um relatório da OMS que deveria, este sim, sair da surdina para soar em alto volume.

A poluição sonora ainda não recebeu a devida atenção, lamenta o neurofisiologista Fernando Pimentel Souza, um dos maiores estudiosos brasileiros dos efeitos da poluição acústica na saúde humana.
Para combater a poluição sonora, a Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom) desencadeou na cidade a Operação Sirele, que vem sendo realizada em parceria com as polícias Civil e Militar, Guarda Municipal e Transalvador, a operação já fiscalizou 15 bairros.

Só no último fim de semana, 31 autos de infração, 22 termos de apreensão de bens e confisco de 60 equipamentos sonoros foram realizados pela Sucom. Os bairros de maior incidência foram: Periperi, São Tomé de Paripe, Paripe, Praia Grande, São Marcos, Cajazeiras, Águas Claras, Nova Brasília, Castelo Branco, Jardim Nova Esperança, Calçada, Lobato, Alto do Cabrito, Alto da Terezinha, Rio Sena, além das localidades de Itacaranha e Tubarão.
Desde que a operação foi iniciada, em 31 de maio, até agora, a Sucom recebeu 19.253 reclamações, vistoriou 7.917 veiculos particulares, 4.371 residências e 2.805 bares, restaurantes e boates. Os agentes da Sucom estiveram ainda nos bairros da Boca do Rio, Federação e Cabula V, através da Operação Integrada, que teve apoio da 23ª, 39ª e 41ª Companhias Independentes de Polícia Militar (CIPMs). O cidadão pode denunciar abuso sonoro através do disque poluição sonora (2201-6660), que funciona 24 horas. As operações são sempre feitas aos fins de semana, quando o número de queixas aumenta muito.
“Somos assaltados o tempo inteiro por ruídos altíssimos”, diz o otorrinolaringologista Arnaldo Guilherme. Só para você ter uma ideia, o trânsito em cidades como Salvador, São Paulo e Belo Horizonte alcança facilmente os 80 decibéis, o mesmo que um liquidificador ligado a 1 metro de distância. E, de acordo com a OMS, todo e qualquer som que ultrapasse os 55 decibéis já pode ser considerado nocivo para a saúde. As pessoas não se dão conta do problemão a que estão expostas porque as consequências não são imediatas, elas vão se acumulando e só aparecem com o tempo”, diz Guilherme.

Nos dias altamente estressantes em que se vive, o silêncio deve ser compreendido como um direito do cidadão, diferentemente do que vem ocorrendo. “A poluição sonora é o mal que atinge os habitantes das cidades, constituída em ruído capaz de produzir incômodo ao bem-estar ou malefícios à saúde, cujo agravamento merece hoje atenção especial dos profissionais do direito”, considerou o médico. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário