FONTE: Bianca Castanho, iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Expressão tornada famosa na
internet nos últimos anos, “haters gonna hate”, em tradução literal, parece não
fazer muito sentido: “‘odiadores’ vão odiar”. A frase sugere que algumas
pessoas estão fadadas a manter uma mesma atitude negativa, não importa o que
aconteça. Em tradução livre, se aproximaria do brasileiríssimo "recalque
bate e volta", usado para desejar aos invejosos todo o mal que eles
emanam. Mas uma pesquisa recente corrobora cientificamente a expressão popular:
segundo os pesquisadores Justin Hepler e Dolores Albarracin, da Universidade de
Illinois e da Universidade da Pennsylvania, nos Estados Unidos, pessoas com
sentimentos e pontos de vista negativos têm a tendência de ver sempre o lado
ruim das situações. Apesar de parece algo óbvio, a pesquisa vai além:
indivíduos que odeiam coisas já conhecidas têm uma forte predisposição a odiar
algo que ainda nem sabem o que é.
Essa desconfiança em relação a novidades leva as
pessoas que não gostam de nada a não saber improvisar de maneira positiva,
tornando-se críticas ao extremo, muitas vezes sem um embasamento mais refinado.
Pessoas que cultivam o ódio não abrem espaço para novas descobertas, nem se
interessam por elas, segundo os pesquisadores. De saída, elas já pressupõem que
qualquer experiência vai ser ruim.
Mas levar uma vida negativa
não é saudável nem para a pessoa, nem para quem vive ao seu redor. O pensamento
negativo é contagioso, principalmente em adolescentes e pessoas passando por
períodos de estresse, quando a vulnerabilidade cognitiva é alta, fazendo com
que a absorção desse sentimento seja maior. Essa transferência pode resultar em
casos de depressão, segundo o pesquisador Gerald Haeffel, professor associado
da clínica de psicologia da Universidade de Notre Dame, em estudo realizado no
início de 2013.
No ambiente de trabalho, a falta
de entusiasmo com novas experiências também traz consequências prejudiciais. O
trabalhador se fecha, dificultando as interações com os colegas e criando um
ambiente hostil, que pode acabar gerando fofocas. Aqueles que são gentis, mais
abertos a conhecer e lidar com coisas novas acabam sendo mais aceitos no
ambiente corporativo.
Pessimismo
de geração para geração.
A negatividade é uma postura que deve ser
controlada. Extravasar é bom, mas é necessário ter cuidado com a intensidade e
perto de quem. Muitas crianças com comportamento agressivo devem este costume a
atitudes dos pais. Essa influência é nociva e, se o filho continuar
apresentando agressividade até os cinco anos de idade, é possível que continue
assim para o resto da vida, segundo pesquisa realizada em 2011 por Michael
Lorber, da Universidade de Nova York. Odiar o que ainda nem se conhece e agir
de maneira pessimista em relação às novidades pode originar um círculo vicioso
nas famílias.
Com tantas consequências maléficas, ser
positivo e curioso é importante, tanto para a saúde quanto para os
relacionamentos pessoais e profissionais. Ninguém precisa ser e estar feliz o
tempo todo, mas a atitude positiva é importante e pode ser treinada.
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