FONTE: Elioenai Paes - iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Método emergencial, pílula do dia seguinte deve
ser tomada até 72 horas após a relação desprotegida; veja indicações.
Quem
não deseja ter filhos deve se precaver com métodos anticoncepcionais, como
preservativos, pílulas anticoncepcionais, DIU, além de outros. No entanto, no
caso de uma relação desprotegida, o uso da pílula do dia seguinte pode ser uma
opção.
Se
tomado dentro de 72 horas, o medicamento age inibindo ou retardando a ovulação
ou interferindo no encontro do óvulo com o espermatozoide e, teoricamente, na
implantação do ovo na parede uterina.
É
preciso reforçar, entretanto, que esse método não deve se tornar rotina, mas
sim ser um recurso apenas em situações emergenciais.
“A
pílula do dia seguinte é usada para prevenir uma gravidez em uma relação não
protegida, numa possível falha de método anticoncepcional, como rompimento do
preservativo, deslocamento do DIU, esquecimento da tomada da pílula
anticoncepcional ou estupro”, conta Eddy Nishimura, ginecologista do Hospital
Santa Cruz, de São Paulo.
A
pílula é feita com o hormônio progestágeno. “O uso de progestágenos em duas
doses de 750 µg, com intervalo de 12 horas, ou 1.500 µg, em dose única, antes
de 72 horas da relação sexual desprotegida tem sido largamente recomendado para
fins de anticoncepção de emergência. Quanto mais precoce for, maior a
probabilidade de sucesso”, diz Milca Chade, ginecologista da Clínica Chade.
A
janela de tempo que a mulher tem para usar o medicamento após a relação é de
até 72 horas. Depois desse período, utilizar o anticoncepcional de emergência não
é recomendado, pois a gravidez já pode ter sido confirmada e, nesse caso, o
hormônio prejudicaria a formação do feto.
“É bom
lembrar que a eficácia da pílula do dia seguinte é menor do que a de um método
utilizado regularmente. Depois de tomar o medicamento, a paciente deve ser
orientada a aderir a outro método anticoncepcional como o preservativo, por
exemplo, se for continuar a ter relações”, diz Nishimura.
Efeitos colaterais.
Alguns
efeitos colaterais atingem quem usa a pílula do dia seguinte. “Os mais comuns
são náuseas, vômitos, tontura, dor de cabeça, sensibilidade mamária e
irregularidade menstrual”, conta Nishimura. Já o risco de trombose venosa, que
é aumentado com o uso prolongado de hormônios, é mínimo, segundo explica o
ginecologista Eddy Nishimura.
Ainda
segundo o médico, para as mulheres obesas (IMC acima de 30), a pílula do dia
seguinte pode ser menos eficaz. Nesses casos, ele diz que a colocação de um DIU
de cobre é também uma forma de anticoncepção de emergência. A colocação do
instrumento horas após a relação desprotegida terá o mesmo efeito da pílula do
dia seguinte. No entanto, essa prática, mais complexa e que demanda cuidados
médicos, não é popular no Brasil.
Apesar
de a pílula do dia seguinte ter tarja vermelha, significando que só pode ser
vendida com receita médica, a prática em muitos lugares não é assim. “O ideal é
que a mulher já tenha obtido uma receita e passado por uma avaliação pelo
ginecologista, além de ter sido orientada da melhor forma de usar”, diz
Nishimura.
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