FONTE: Ivan Richard - Repórter
da Agência Brasil, TRIBUNA DA BAHIA.
Entre 2013 e 2014, houve aumento de 4,5% nas
coletas de bolsa de sangue, passando de 3,5 milhões para 3,7 milhões, de acordo
com dados do Ministério da Saúde.
Em meio
às comemorações do Dia Mundial do Doador de Sangue, o ministro da Saúde, Arthur
Chioro, disse nessa segunda (15.06) que o Brasil quer ampliar a taxa de
doadores voluntários, atualmente em 1,8% da população entre 16 e 69 anos, para
3% dos brasileiros aptos a doar.
Entre
2013 e 2014, houve aumento de 4,5% nas coletas de bolsa de sangue, passando de
3,5 milhões para 3,7 milhões, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Já as
transfusões de sangue aumentaram 6,8% no período. Em 2013, foram feitas 3
milhões de transfusões de sangue no Brasil, sendo que em 2014 foram 3,3 milhões
de procedimentos.
De
acordo com Chioro, o Brasil já atende aos parâmetros estabelecidos pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) em relação ao percentual de doadores
voluntários e é uma referencia mundial no tema, mas a ampliação do universo de
doadores, permanentes ou fidelizados, que doam regularmente vai permitir ao
país ter estoques para situações de emergências e hemoderivados de melhor
qualidade.
“O
ideal é que tenhamos um grupo de brasileiros que compreendam a importância da
doação, porque daí a taxa de utilização é muito maior. Ainda que todas as vezes
o sangue seja testado, o descarte acaba sendo bem menor quando o doador é
fidelizado. Se aproveita muito mais, se tem autossuficiência e segurança”,
explicou o ministro.
Para
lembrar o Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado em 14 de junho, a
Organização Pan Americana da Saúde (Opas) escolheu o Brasil para sediar um
encontro entre os países da América Latina, Caribe e África para debater
avanços nas ações e o fortalecimento da doação voluntária de sangue como
estratégia para a autossuficiência de componentes e derivados do sangue.
O
encontro termina nessa quarta (17.06) e estarão presentes na solenidade
representantes da Bolívia, Cuba, El Salvador, Equador, República Dominicana,
Honduras, México, Paraguai, Peru e Uruguai.
“Temos
que considerar que além da população viver mais, ter mais câncer, mais doenças
que precisam de tratamento cirúrgico ou da reposição de sangue, temos o
problema dos acidentes. Temos ainda a possibilidade da ocorrência de
catástrofes que necessitam de uma mobilização muito rápida para uma quantidade
de sangue. É decisivo aproveitar esse dia mundial de mobilização dos doadores
de sangue para conclamar cada brasileiro para doar vida e ser um doar de
sangue”, reforçou Chioro.
No
encontro, o Brasil defenderá a proibição da comercialização de sangue e a
doação remunerada. Para o ministro da Saúde, oferecer recompensa em troca da
doação de sangue é um risco para o sistema. De acordo com o Ministério da
Saúde, somente 12 dos 42 países das Américas adotam política de 100% de doações
voluntárias, como ocorre no Brasil.
“Temos
defendido fortemente nos fóruns internacionais que não se deve abrir a
possibilidade da comercialização do sangue. Sangue tem que ser como está na
nossa Constituição: uma doação voluntária, não remunerada, um gesto de amor e
de solidariedade. A gente já viveu isso no passado [pagamento pela doação] e
viu o tamanho do desastre que isso significou”, disse Chioro.
Doadora
de sangue há mais de dez anos, Erilânia Cardozo, recebeu hoje um prêmio da Opas
e do Ministério da Saúde como a jovem que mais doou sangue na Região Nordeste
no ano passado. Ela ressaltou a necessidade de a população se dispor a prestar
um ato de amor ao próximo. “A gente deve se livrar das amarras de fazer as
coisas somente quando formos receber algo em troca", disse.
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