quinta-feira, 2 de junho de 2016

ADULTOS TAMBÉM PODEM TER SORRISO METÁLICO...

FONTE: , (www.msn.com).


O famoso sorriso metálico não é mais exclusividade das crianças. Com o aumento da expectativa de vida no país, há também um movimento diferente na procura por procedimentos estéticos. “Ainda não temos isso mensurado cientificamente, mas percebemos que há alguns anos não se falava em cirurgia plástica ou tratamentos ortodônticos em adultos. Hoje, não só a saúde bucal, mas o corpo como um todo recebe muita atenção, o que influencia diretamente na autoestima e longevidade”, explica o presidente do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Claudio Miyake (CROSP: 37416).

A busca pelo sorriso perfeito faz com que muitos adultos cheguem ao consultório em busca do aparelho odontológico apenas por uma questão estética, sem problemas dentários ou ósseos para serem resolvidos. Essas duas últimas situações, segundo o professor titular de ortodontia da Universidade de Juiz de Fora Robert Vitral (CROMG: 9146), são as causas mais comuns para o uso do aparelho. Os problemas dentários ocorrem quando falta ou sobra espaço entre os dentes, quando eles estão mal posicionados ou, também, quando o paciente tem dentes a mais ou a menos. Já os problemas ósseos têm ligação com o posicionamento da mandíbula e da maxila, que podem estar desalinhadas e interferindo na oclusão. 

Em casos nos quais os problemas são dentários, o uso do aparelho na fase adulta pode ser efetivo. O procedimento em si é feito da mesma forma que nas crianças: o dentista cola os bráquetes nos dentes do paciente e, então, seleciona um fio que atue de acordo com o resultado esperado. Porém, em função dos dentes já estarem em uma posição estável e a fase de crescimento já ter acabado, o tratamento precisa ser mais suave.  “Em crianças as condições costumam ser mais favoráveis, pois a dentição é mista [formada por dentes de leite e dentes permanentes], então você já consegue ver os espaços da troca dos dentes e pode utilizar esses espaços a favor do tratamento", diz Vitral. Generalizações, porém, não são cabíveis para explicar o tratamento, pois o tempo e a forma como ele será feito sempre vai depender da avaliação feita por cada dentista ou ortodontista. 

Um ponto que exige atenção para quem vai colocar o aparelho durante a vida adulta são as doenças periodontais. Miyake ressalta que quando o paciente está com problemas nas gengivas, tártaro ou periodontite, o uso de aparelho não é recomendado, pois há risco de perder o dente, visto que os tecidos de sustentação estão fragilizados. Primeiro é preciso resolver o problema periodontal com um especialista na área e, em seguida, avaliar se é possível fazer o tratamento ortodôntico. 

Já nos casos em que o problema é ósseo, a única alternativa para os adultos pode ser uma cirurgia. Quando o paciente está em fase de crescimento, é possível realinhar a mandíbula e maxila através do aparelho ortopédico, mas quando esses ossos já estão formados, só a força dos fios não é capaz de reparar o problema. Nesses casos, segundo Vitral, é preciso um trabalho conjunto do cirurgião com o dentista, pois os dentes devem estar corretamente alinhados para que a cirurgia possa corrigir o posicionamento da mandíbula ou maxila.

Não há idade certa para ter a boca saudável e com a popularização e os avanços dos procedimentos odontológicos, cada vez mais gente pode ter acesso aos tratamentos. No caso dos aparelhos ortodônticos, um dos atrativos para os adultos são os bráquetes em cerâmica, que não interferem tanto na beleza do sorriso durante o uso. Mas, independentemente da idade, os cuidados com a higiene são indispensáveis para obter bons resultados. Os bráquetes são fatores potenciais no acúmulo de alimentos e desenvolvimento de placa bacteriana, o que exige do paciente uma higiene oral impecável, com escovação adequada, uso de fio dental e enxaguante bucal. 


É importante lembrar que depois de tirar o aparelho é preciso utilizar contenção nos dentes inferiores e aparelho removível superior. O professor da UFJF explica que quando o paciente chega no consultório para fazer o tratamento, aquele problema é a situação estável, o natural para o corpo do paciente. A situação após a terapia é uma alteração, uma situação não estável. “De uma forma bem simples, podemos dizer que os dentes são ligados aos ossos por meio de fibras que tem características elásticas. Se você puxa um elástico, a tendencia é que ele volte. As modificações tem uma tendencia a voltar ao que era normal para ela, tenta retornar à situação estável”, diz Vitral. Portanto, para que o organismo se acostume àquela nova condição, é indispensável que o paciente use esses dois outros mecanismos. 

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