FONTE:
disneybabble.uol.com.br
A
prática divide opiniões entre as mães no mundo todo. Mas para colocar o
primeiro brinco e garantir a segurança do bebê, é só seguir as dicas de
especialistas.
Furar a orelha dos recém-nascidos é uma prática bastante comum no Brasil,
seja por vaidade, para enfeitar o bebê ou por ser uma maneira eficiente de
diferenciar o sexo feminino.
Apesar de especialistas garantirem que o uso de brincos não oferece
nenhum tipo de risco ao desenvolvimento do bebê, a prática é mal vista em
outras culturas.
Na América do Norte e na Europa, é costume deixar a decisão de furar (ou
não) a orelha por conta da criança, num momento posterior.
Em 2013, a modelo Gisele Bundchen foi alvo de críticas na internet após
compartilhar com seus seguidores, no Instagram, uma foto da filha caçula Vivian
Lake, então com 7 meses, usando brincos.
A publicação levantou um grande debate e virou um exemplo de diferença
cultural. Fãs brasileiros defenderam a conterrânea, lembrando que nos países
latinos, é comum furar as orelhas de meninas ainda nas primeiras semanas de
vida. Seguidores norte-americanos, no entanto, consideraram a decisão precoce e
cruel.
Mesmo no Brasil, a tradição ainda divide opiniões. A vendedora Tamiris
Pinheiro, mãe de Daniela, de 2 anos, fez questão de furar a orelha da filha. “O
brinco deixa o bebê mais delicado. E eu acredito que, como ela não entende, a
dor é superada mais rápido”, defende.
Já a professora Estela Xavier, mãe de Ana Clara, de 3 anos, preferiu
deixar a decisão para a própria menina. “Não quero impor nela minhas vaidades.
Se no futuro ela quiser usar brincos, vou apoiá-la, mas ela precisará ter idade
suficiente para decidir”, argumenta.
Independentemente da decisão dos pais, a partir da segunda semana de
vida, o furo já pode ser feito, como explica o pediatra Bruno Almagro.
De acordo com o especialista, há alguns anos existia uma prática de
furar as orelhas do bebê antes da alta na maternidade, ainda nos primeiros dias
de vida, algo que foi abandonado pelo maior risco de infecção.
“Atualmente, não existe um consenso sobre uma idade específica. De
maneira geral, após duas semanas é possível realizar o procedimento com maior
segurança”, diz.
Uma norma da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vigente
de 2003 a 2009 proibia as farmácias e drogarias de realizarem esse tipo de
procedimento. Apesar de as regras mais recentes para a prestação de serviços
nesses estabelecimentos voltarem a permitir, os pais ainda podem enfrentar
dificuldades em encontrar farmácias que aceitem fazer o furo.
“Mesmo sendo permitido, muitos farmacêuticos ainda não aceitam furar a
orelha de recém-nascidos. Eu fui a seis farmácias diferentes e não encontrei
uma que aceitasse furar a orelha da minha filha”, lembra Tamiris Pinheiro.
Na época, sua filha tinha 5 meses. “Como eu queria muito que ela usasse
brincos, acabei contratando uma enfermeira para fazer o furo em casa. Ela era
profissional e tinha todo o material adequado, mas eu preferia ter feito em um
hospital ou farmácia”, admite.
Hoje a Anvisa recomenda a realização do procedimento em farmácias ou em
ambiente hospitalar. A intervenção pode ser realizada por enfermeiros,
acupunturistas, farmacêuticos e pediatras.
Bruno Almagro também observa que a ideia de furar as orelhas antes de o
bebê completar 3 meses dói menos é, na verdade, um mito. “A dor é a mesma,
independentemente da idade. A diferença é que nos primeiros meses não existe a
percepção do que está acontecendo”, esclarece.
Apesar de ser uma prática segura, o furo nas orelhas dos recém-nascidos
não é isento de risco, especialmente quando feito por uma pessoa não habilitada
e com material inadequado. “As principais complicações são infecção local e
reação alérgica”, explica o pediatra.
Segundo a enfermeira obstetra Cinthia Calsinski, o procedimento pode ser
menos doloroso se o profissional utilizar um anestésico tópico próprio – em
geral, é uma pomada aplicada uma hora antes.
Os brincos de ouro, que normalmente são oferecidos pelos familiares como
os primeiros presentes do bebê, devem ser guardados, pois não são os modelos
ideais para realizar o furo.
A especialista explica que os brincos utilizados devem ser produzidos em
aço inox de grau cirúrgico e folheados a ouro 24 K. “Eles são antialérgicos e
esterilizados em embalagens lacradas”, lembra Chinthia.
Para evitar infecções, o pediatra Bruno Almagro reforça que os cuidados
com higiene são fundamentais. “Durante duas semanas o local deve ser limpo
diariamente com álcool 70%, o mesmo utilizado no coto umbilical”, ensina. O
brinco também deve ser girado suavemente uma ou duas vezes ao dia, até que a
cicatrização esteja completa.
Os pais ainda devem observar sinais de uma possível infecção local, como
vermelhidão da pele e saída de secreção.
Em caso de qualquer alteração, o pediatra deve ser procurado. A
cicatrização demora aproximadamente duas semanas. “Após este período, o brinco
utilizado no procedimento já pode ser substituído por uma joia”, finaliza o
médico.
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