FONTE: Lucas Rodrigues, Do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).
Por que determinadas
pessoas parecem ser mais novas ou mais velhas que outras mesmo com a mesma
idade cronológica? Especialistas afirmam que a genética é determinante em ao
menos 60% do processo de envelhecimento. O restante fica a cargo do estilo de
vida de cada um.
"A carga
genética é muito importante. Tem famílias que aparentam o envelhecimento muito
mais cedo que outras. É uma característica genética e pessoal", afirma
Claudio Wulkan, dermatologista do Hospital Israelita Albert Einstein. "Tem
pessoas com menos de 25 anos que já têm bigode chinês, sulcos faciais muito
profundos. E tem gente de 40 que ainda não tem."
Recentemente, uma
pesquisa holandesa identificou que uma variante do gene MC1R
fazia com que as pessoas aparentassem ser dois anos mais jovens, independente
da idade cronológica, sexo e quantidade de rugas. Ele seria encontrado
principalmente em pessoas com pele clara e cabelos ruivos.
Outro estudo, dessa
vez da Suécia, constatou que genes que herdamos de nossas mães têm papel fundamental na velocidade do envelhecimento de
nossos corpos. Eles observaram que quanto mais DNA mitocondrial danificado é
herdado da mãe, mais rápido um indivíduo ficará velho.
Essas pesquisas são
importantes para tentar retardar os efeitos do tempo, mas precisam ser bem
avaliadas, segundo Ciro Martinhago, geneticista da Sociedade Brasileira de
Genética Clínica. "A pesquisa sobre os ruivos, por exemplo, foi feita na
Holanda, que tem uma população muito homogênea. Possivelmente aquela variante
pode não ser confirmada na população brasileira, que é bem heterogênea."
Determinados grupos
também possuem alguns fatores genéticos que retardam o envelhecimento aparente.
"Isso acontece com orientais e negros. Uma pele mais grossa, por exemplo,
tem melhor sustentação, diminuindo os efeitos do Sol", afirma Wulkan.
Estilo
de vida.
Além da genética, o
modo como vivemos é o outro fator que altera a forma como envelhecemos. A
qualidade da alimentação e do sono, prática de exercícios físicos e vício no
cigarro e na bebida são algumas das práticas que podem interferir na nossa
aparência ao longo dos anos.
Gêmeos univitelinos por exemplo têm uma tendência genética
igual. Mas o estilo de vida vai começar a influenciar o envelhecimento e, em
determinado momento, um pode parecer mais velho que o outro. Mas a diferença
ainda é pouca, uma vez que a genética tem um peso maior.
Claudio
Wulkan, dermatologista.
A alimentação pouco
equilibrada, por exemplo, pode interferir no cabelo, pele e unhas. Noites mal
dormidas deixam mais evidentes as olheiras. "A forma como você dorme
também influencia. Já atendi pessoas que têm um lado do rosto afundado porque
só dormem apoiadas com esse lado", conta Wulkan.
O
que fazer?
Não podemos fazer
nada em relação à carga genética, mas é possível mudar práticas para ter um
envelhecimento mais saudável.
"O importante é
tentarmos nos aproximar ao máximo da ideia do desenvolvimento saudável. A gente
tem que ter uma atividade física regular, uma alimentação livre de tantos
produtos industrializados", afirma Paulo Camiz, clínico geral e geriatra
da USP. "Ao envelhecer bem, temos perda de funcionalidade, mas ainda
conseguimos ter uma reserva para conseguir concluir tarefas."
Wulkan orienta o uso
de filtro solar diariamente, uma vez que a radiação solar é o principal fator
de envelhecimento da pele. Pequenas intervenções estéticas, como peeling e
laser, também podem começar a serem feitas a partir dos 20 anos da idade para
tentar retardar os sinais do tempo.
"A grande
certeza da vida é que vamos envelhecer. O que é possível fazer? Chegar na
terceira idade da melhor forma possível. Não se iluda com imortalidade",
finaliza Martinhago.
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