O
alerta soou com uma investigação do instituto americano Treadmillreviews.net, especializado em dados sobre esteiras
ergométricas, que analisou a presença de bactérias em garrafas usadas por 12 praticantes de atividade física
durante uma semana sem passar por lavagem.
O
resultado foi assustador: em alguns casos foram encontrados mais germes do que
em vasilhas para alimentar cachorros! A primeira colocada no ranking da
contaminação foi a garrafinha conhecida como slide top, aquela em que a tampa
precisa ser deslizada para que o usuário tenha acesso ao líquido. Logo depois
ficaram as do tipo squeeze (que esguicham a água direto na boca), seguidas
pelos modelos com tampa de atarraxar.
Na
avaliação, os recipientes que têm um canudo embutido interno foram os que
apresentaram o menor número de bactérias. Segundo os autores do inquérito, isso
acontece porque as gotas ficam acumuladas na base do canudo, em vez de se
concentrarem na superfície exposta, local mais atraente para os micróbios se
instalarem.
As
constatações do pequeno experimento não são motivo para jogar o recipiente no
lixo. “A maior parte desses micro-organismos vem da nossa boca e normalmente
não provoca doenças”, esclarece o clínico e infectologista Paulo Olzon, da
Universidade Federal de São Paulo. Os achados reforçam, porém, a importância de
higienizar (ou trocar) o acessório pensando em alguns contextos.
“Embora
a presença desses agentes não ofereça riscos por si só, fatores como feridas na
boca ou imunidade debilitada facilitam sua chegada à corrente sanguínea, o que
pode desencadear mal-estar, diarreia…”, observa a infectologista Raquel
Muarrek, do Hospital São Luiz Morumbi, na capital paulista.
Lavar
o acessório com água e detergente com regularidade é suficiente para barrar
ameaças do tipo. “Muita gente negligencia esse hábito pelo fato de a garrafa ser
de uso particular”, conta o biomédico Roberto Figueiredo, conhecido como Dr.
Bactéria. Não caia nessa e respeite alguns cuidados (veja os conselhos logo
abaixo). Assim sua garrafinha não há de virar um ninho de germes.
Um miniguia para comprar e conservar a
garrafinha:
1. Melhor escolha.
Prefira
as que têm canudo interno e formato mais fácil de ser higienizado. Optar pelo
inox é uma boa, pois ele dificulta a instalação das bactérias.
2. Se for de plástico.
Fuja
de embalagens com símbolo de reciclagem com números 3 ou 7. Eles indicam
presença de bisfenol A. Evite usar a mesma garrafa de água mineral todo dia.
3. Quando trocar.
Apesar
de não haver prazo certo para isso, é prudente substituir a garrafa se houver
ranhuras e desbotamento da cor, sinais de que já está velha demais.
4. Higienização.
Lave
toda vez que ela for usada, dando atenção aos locais de difícil acesso, como a
rosca da tampa e as bordas do canudo. Uma escova de mamadeira ajuda.
5. Transporte.
Proteja
o biquinho, evite quedas ou batidas e não deixe a garrafa por muito tempo em
locais abafados, como o carro, algo que favorece os micróbios.
Arquivado
em: ESTILO DE VIDA
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